Cidade de Deus
Habitada até o século XVI pelos tupinambás, no final desse século a região passou a pertencer à sesmaria de Martim Correia de Sá. Posteriormente, a região continuou a ser ocupada por fazendas que produziam cana-de-açúcar, café etc. Ao longo da década de 1960, a região recebeu pessoas removidas de várias favelas da cidade pelo governador do então estado da Guanabara Carlos Lacerda, como parte da política de remoção de favelas de outras áreas da cidade. No bairro, então, foram construídos conjuntos habitacionais. Seguindo o nome do bairro, as suas ruas receberam nomes inspirados na Bíblia: Israel, Rubens, Jessé etc. Porém logo o crescimento passou a ser desordenado, com a população ocupando os terrenos às margens do rio Grande e de seu afluente Estiva
Cidade de Deus é um bairro da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, no Brasil. Foi por muito tempo, considerado uma das regiões mais perigosas da cidade, devido a constantes confrontos nas favelas da área. A região era um sub-bairro que pertencia ao bairro de Jacarepaguá, mas, por decreto municipal entre 1981 e 1985, foi desmembrada de Jacarepaguá, e tornou-se oficialmente o bairro Cidade de Deus. No local encontra-se uma das maiores e mais violentas favelas do Rio, a Comunidade Cidade de Deus.
Faz limite com os bairros de Jacarepaguá, Gardênia Azul, Freguesia e Taquara. Com uma população em torno de 38 mil habitantes, a Cidade de Deus apresenta indicadores sociais entre os mais críticos da cidade, embora esteja situado na vizinhança de bairros nobres da cidade: a Barra da Tijuca e a Freguesia
Desde a década de 1980, surgiram, no bairro, várias associações de moradores, agremiações de samba, agremiações esportivas, grupos de teatro, revistas, cineclubes, igrejas atuantes, grupos de dança e movimentos negros. Em 1997, a inauguração da rodovia Linha Amarela dividiu o bairro em dois. Em 2002, o sucesso do filme Cidade de Deus colocou o bairro intensamente nos veículos de comunicação, reforçando o estigma de comunidade violenta e perigosa e favorecendo uma onda de preconceito e discriminação. Em 2009, a favela passou a ser atendida pela 2° UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).
Mangueira
Localizada na região de São Cristovão. O morro tinha sido entregue ao Visconde de Niterói pelo Dom Pedro II. Desde 11 de maio de 1852, quando se inaugurou nas proximidades da Quinta da Boa Vista o primeiro telégrafo aéreo do Brasil, a elevação vizinha da Quinta era conhecida como Morro dos Telégrafos. Em 1900, o morro do Telégrafo foi ocupado pela população que procurava um lugar para morar com as reformas no Centro. Seu dono havia morrido
Pouco depois, foi instalada ali perto uma indústria com o nome de Fábrica de Fernandes Braga, que produzia chapéus e que, em pouco tempo, passou a ser conhecida como "fábrica das mangueiras", já que a região era uma das principais produtoras de mangas do Rio de Janeiro. Seu dono, um dos primeiros moradores, construiu vários casebres e barracos para alugar. Soldados desalojados da região da Quinta da Boa Vista e moradores do morro de Santo Antônio foram para lá, junto com muitos migrantes nordestinos em busca de emprego nas fábricas que surgiam na região. Não demorou muito para que a Fábrica de Fernandes Braga mudasse para Fábrica de Chapéus Mangueira. O novo nome era tão forte que a Estrada de Ferro Central do Brasil batizou de Mangueira a estação de trem inaugurada em 1889. A elevação ao lado da linha férrea também começou a ser chamada de Mangueira, enquanto o antigo nome de Telégrafos permaneceu para identificar apenas uma parte do morro.
Em 1935, os descendentes do Visconde de Niterói reclamaram a propriedade do morro mas o prefeito da época ficou a favor dos moradores. Em 1928, foi criada a escola de samba Estação Primeira de Mangueira e sua história se confunde com a própria história da comunidade.
Foi cenário para o quinto episódio da série As Cariocas, A Internauta da Mangueira. Esta foi escrita por Euclydes Marinho e dirigida por Daniel Filho. A série foi exibida pela Rede Globo a partir de 19 de outubro de 2010, às terças-Feiras às 23h. O filme O Assalto ao Trem Pagador, de 1962, teve parte de suas cenas filmadas no morro, sendo este o núcleo do personagem Tião Medonho e seus comparsas. E Também foi locação para as gravações da Telenovela Guerra sem Fim, da extinta Rede Manchete
Manguinhos
Manguinhos é um bairro da Zona Norte do município do Rio de Janeiro, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. É conhecido por abrigar o Pavilhão Mourisco, sede da Fundação Oswaldo Cruz e um dos únicos prédios em estilo neomourisco no Brasil. O bairro também é conhecido por seus altos índices de violência e por abrigar inúmeras favelas. Encontra-se próximo ao bairro de Bonsucesso, às margens da Avenida Brasil e da Linha Amarela, e é cortado pela Avenida Leopoldo Bulhões e pelo ramal ferroviário de Saracuruna.
Faz parte de um complexo que engloba as comunidades de Coréia, Mandela e Amorim, próximo também das comunidades do Jacarezinho e Maré. A região formava parte dos manguezais em torno da Baía de Guanabara. A partir de 1920 uma empresa da Baixada Fluminense fez um contrato de saneamento dessa baixada e as atividades começaram exatamente na enseada de Manguinhos que foi aterrada. A Av. Brasil, a Refinaria de Manguinhos, os prédios da Fiocruz e da Aeronáutica ficam nessas áreas aterradas. Na década de 80 construíram os conjuntos habitacionais da Vila do João e da Esperança
Parada de Lucas
É um bairro na Zona Norte do município do Rio de Janeiro, considerado um dos bairros mais perigosos da cidade. Suas favelas integram o conhecido Complexo de Lucas, um conjunto de comunidades, que vai de Vigário Geral à Penha Circular.
Essa área pertencia a um imigrante português chamado José Lucas de Almeida. Com a construção da estrada de ferro, foi programada uma parada para que os produtores rurais da região pudessem escoar sua produção. Daí surgiu o nome Parada de Lucas. A casa do Lucas estava situada onde é hoje a Empresa de ônibus Caprichosa, onde existia uma grande plantação de couves portuguesas, segundo relatam os moradores mais antigos do bairro.
A favela ou comunidade de Parada nasceu de um projeto da Igreja Católica chamado Cruzada São Sebastião: algumas casas foram construídas mas, depois, o projeto foi abandonado e o dinheiro desapareceu, e, assim, deu-se origem à ocupação da área que continua ocupada até hoje.
Com o desmembramento das terras, surgiu o bairro, povoado por pessoas que vinham da Zona Sul e Centro do Rio, pessoas do interior do Estado do Rio, mais tarde por muitos nordestinos. Mas, na origem, podiam-se encontrar muitos portugueses, afro-brasileiros descendentes quase diretos dos escravos até mesmo muitos judeus e pessoas do Oriente Médio.
Rocinha
A Rocinha é uma favela localizada na Zona Sul do município do Rio de Janeiro, localizada entre as encosta do Morro dos Irmãos e a estrada Lagoa-Barra. A proximidade entre as residências de classe alta e as de classe baixa da Rocinha marca um profundo contraste urbano na paisagem da região, Destaca-se por ser a maior favela do país. A região passou a ser considerada um bairro e foi com alterações nos limites dos bairros da Gávea, Vidigal e São Conrado.
O nome advém de uma fazenda, uma "roça". A comunidade teve origem na divisão em chácaras da antiga Fazenda Quebra-cangalha, produtora de café. Por volta da década de 1930, foi um centro fornecedor de hortaliças para a feira da Praça Santos Dumont, na Gávea, que abastecia a Zona Sul da cidade. Aos moradores mais curiosos sobre a origem dos produtos, os vendedores informavam que provinham de uma "rocinha" instalada no alto do bairro da Gávea. Essa fazenda era da propriedade da Companhia Castro Guidão que foi loteada e seu lotes comprados por comerciantes portugueses e operários da fábrica. Os terrenos foram interditados por falta de arruamento, os compradores não receberam as escrituras e a Companhia faliu. Em 1933, existiam 400 casebres na região que ainda era considerada área rural. A ocupação se acelerou no período do governo Vargas.
Em 1938, a Estrada da Gávea foi asfaltada, tornando-se o local onde ocorria o "circuito da baratinha". Na década de 1940, acelerou-se o processo de ocupação por pessoas que acreditavam serem aquelas terras públicas, isto é, sem dono. A partir da década de 1950, houve um aumento de migração de nordestinos para o Rio de Janeiro, direcionando-se em parte para a Rocinha. Nas décadas de 1960 e de 1970, registrou-se um novo surto de expansão, agora devido aos projetos de abertura dos túneis Rebouças e Dois Irmãos, que contribuíram para uma maior oferta de empregos na região.
Vidigal
Vidigal é um bairro da Zona Sul do município do Rio de Janeiro. Sua favela é o Morro do Vidigal, que deu origem ao bairro do Vidigal. O bairro e a comunidade do Vidigal, estão localizadas no sopé do Morro dos Irmãos e embora pobres, como toda favela, situam-se entre alguns dos bairros mais nobres do Rio, como Leblon e São Conrado,
O Vidigal ganhou esse nome em referência ao ex-comandante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro no século XIX, o major Miguel Nunes Vidigal, que, devido aos seus serviços, recebeu de presente dos monges beneditinos, em 1820, um terreno ao pé do Morro Dois Irmãos, o qual foi ocupado por barracos a partir de 1940, dando origem à atual favela.
Vigário Geral
Vigário Geral é um bairro da Zona da Leopoldina, na Zona Norte do município do Rio de Janeiro que faz limite com os bairros do Jardim América, Irajá e Parada de Lucas, e com o município de Duque de Caxias.
O bairro de Vigário Geral teve origem quando da implantação da linha de trem. Conta a história que o vigário-geral da freguesia do Irajá ia de trem do Centro da cidade até a estação do Velho Engenho (atual Vigário Geral) e, de lá, seguia a cavalo até a sede, que se situava na igreja construída na primeira metade do século XVII e que se localiza atualmente ao lado do cemitério do Irajá. O caminho que este percorria ficou conhecido como "Estrada do Vigário Geral", a qual corta o bairro. Com o passar do tempo, a estrada acabou por dar seu nome ao bairro. A Avenida Brasil, quando construída na década de 1940, cortou a Estrada do Vigário Geral.
O primeiro loteamento no bairro ocorreu no final da década de 1930. No final da década de 1940, o bairro cedeu o seu nome à favela que se ergueu no terreno ao lado da linha férrea da Leopoldina. Em 1950, uma parte da antiga Fazenda Botafogo, adjacente ao bairro, foi loteada, criando-se o atual bairro chamado Jardim América.
Na década de 70, o bairro, eminentemente residencial, teve várias industrias instaladas, tais como a Paskin Cia. Ltda. e a Freitas Leitão Ind. e Com., as quais, por iniciativa de suas associações de moradores, foram, por fim, fechadas devido à poluição que causavam.
Atualmente, Vigário Geral tornou-se um polo de comércio de produtos importados da China, tais como louças, plásticos, vidros e material escolar no varejo e atacado. Seus limites são: Avenida Brasil, BR-040, Linha Vermelha e rua Bulhões Marcial, com a qual margeia a linha de trem.
Complexo do Alemão
O Complexo do Alemão, popularmente chamado de Morro do Alemão ou simplesmente Alemão, é um bairro que abriga um dos maiores conjuntos de favelas da Zona da Leopoldina, na Zona Norte do município do Rio de Janeiro. Durante muitas décadas, foi considerado uma das áreas mais violentas da cidade,
Sua principal comunidade é o Morro do Alemão, embora haja dezenas de comunidades pertencentes ao morro, espalhadas por extensões territoriais enormes. É oficialmente um bairro, mas devido a sua enorme extensão, os limites da área do bairro e das favelas pertencentes aos morro se misturam com outros bairros da Zona Norte da capital, como Ramos, Higienópolis, Olaria, Penha, Inhaúma e Bonsucesso.
Fazem parte do Complexo os morros da baiana, do Alemão, Alvorada, Nova Brasília, Pedra do sapo. Palmeiras, Fazendinha, Grota, Mineiros, Reservatório de ramos, Casinhas. Morro do Adeus e Canitar englobando uma área que vai de Bonsucesso a Penha e até parte de Inhaúma.
Em 1920, um imigrante polonês Leonard Kaczmarkiewicz comprou terras na Serra da Misericórdia, que faziam parte da zona rural da Leopoldina. O proprietário era referido pela população local como "o alemão" e, logo, a área ficou conhecida como "Morro do Alemão". A ocupação, no entanto, só começou em 9 de dezembro de 1951, quando Leonard dividiu o terreno para vendê-lo em lotes. Ainda nos anos 1920, se instalou, na região, o Curtume Carioca e, na sequência, muitas famílias de operários se instalaram nas imediações. A abertura da Avenida Brasil, em 1946, acabou por transformar a região no principal polo industrial da cidade, assim como diversificaram o comércio e propiciaram o crescimento da indústria.
Ainda há áreas de mata e pontos de nascentes de rios que são usados como fonte de água. Todavia, logo após a nascente, os rios já se tornam valões de esgoto, devido à falta de rede canalizada. Boa parte da serra foi destruída devido às pedreiras, muito comuns a partir da metade do século XX. Hoje em dia, tal empreendimento ainda é autorizado, mesmo a Serra da Misericórdia sendo considerada Área de Proteção Ambiental. Na interseção entre o Alemão e a Penha, a francesa Lafarge opera uma pedreira com autorização do INEA, por não atingir os lençóis freáticos da região.
Semelhante ao teleférico da cidade de Medellín, na Colômbia, o Teleférico do Complexo do Alemão foi criado com capacidade para transportar dez passageiros em cada cabine, com um total de 152 cabines. Ligando a estação de Bonsucesso da Supervia até o ponto mais alto do morro, foi inaugurado no dia 7 de julho de 2011. O serviço foi interrompido em 2016 por um problema num cabo que precisaria de uma peça importada. A manutenção nunca chegou a ser concluída.
Complexo da Maré
Ocupa uma região às margens da Baía de Guanabara que antes era recoberta por brejos costeiros e manguezais. Sua ocupação começa em 1940 com construção de barracos e palafitas. Iniciou-se com a chegada de Orosina Vieira, considerada tradicionalmente como sua primeira moradora. De acordo com o próprio depoimento, ela encantou-se pelo lugar aprazível e desocupado, durante um passeio dominical pela praia de Inhaúma. Com pedaços de madeira trazidos pela maré, demarcou uma área no morro, para ali construir, com o marido, um pequeno barraco: a primeira habitação do Timbau. Com a abertura da Avenida Brasil, em meados da década de 1940, a ocupação tomou impulso. Posteriormente o terreno foi sendo aterrado pelo Governo e pelos próprios moradores devido ao efeito das marés. A região é constituída por um conglomerado de pequenos bairros, favelas e microbairros. Formam parte do Complexo as comunidades de Morro do Timbau, Baixa do Sapateiro, Conjunto Marcílio Dias, Parque Maré, Roquete Pinto, Parque Rubens Vaz, Parque União, Nova Holanda, Praia de Ramos, Conjunto Esperança, Vila do joão, Vila do Pinheiro, Conjunto Bento Ribeiro Dantas, Nova Maré, Conjunto Nova Pinheiro
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