
Pintura de Leandro Joaquim de 1790
Os Arcos da Lapa, localiza-se na região da Lapa , no Centro da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Considerada como a obra arquitetônica de maior porte empreendida no Brasil durante o período colonial, é hoje um dos cartões postais da cidade, símbolo mais representativo do Rio Antigo preservado na região boêmia da Lapa.
A função do Aqueduto da Carioca era levar agua da nascente do Rio Carioca, colhido no Silvestre junto à Santa Teresa, até o chafariz do Largo da Carioca, abastecendo assim a população da cidade. O Aqueduto da Carioca foi construído no século 18, entre os anos de 1725 e 1744, tendo as obras sido iniciadas pelo Governador Aires de Saldanha e Albuquerque.
A primeira obra do aqueduto havia sido construída com canos de ferro. No começo dos anos 1600, foram iniciados os estudos para que as águas do Rio Carioca abastecessem o povo. No governo de Antônio de Brito Freire de Menezes (1717-1719), iniciaram-se as obras de instalação dos canos de água através da antiga Rua dos Barbonos – atual Rua Evaristo da Veiga., que logo se deterioraram não resistindo à forte corrosão. Logo se registraram reclamações de falta de água, atribuindo-se à ação de quilombolas (escravos fugitivos, que viviam ocultos nas matas) a responsabilidade pela quebra dos canos. Mais tarde, o governo pediu contas ao encarregado pela conservação da obra o qual, furtando-se ao seu dever, evadiu-se. Foram estabelecidas, ainda, penas para os atos de vandalismo contra a obra.
Em 1720, o encanamento alcançou o Campo da Ajuda (atual Cinelândia). Foi esse governador quem, alterando o projeto original, defendeu a vantagem de se prolongar a obra até ao Campo de Santo Antônio (atual Largo da Carioca), optando pelos chamados Arcos Velhos – um aqueduto ligando o morro do Desterro (atual morro de Santa Teresa) ao morro de Santo Antônio, inspirado no Aqueduto das Águas Livres, de Lisboa. A obra estava concluída em 1723, levando as águas à Fonte da Carioca.

O governador Gomes Freire de Andrade (1733-1763) determinou, em 1744, a reconstrução do Aqueduto da Carioca com pedra do país, diante do elevado custo da cantaria vinda do reino. Recebeu a atual conformação, em arcaria de pedra e cal certamente misturada ao óleo de baleia e foi determinado que as águas fossem cobertas por abóbada de tijolos, para evitar o seu desvio mal intencionado. Inaugurado em 1750, as águas brotaram aos pés do Convento de Santo Antônio, em um chafariz de mármore, através de 16 bicas de bronze. Mais tarde essa água foi estendida, através da Rua do Cano (atual Rua Sete de Setembro), até ao Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro), onde os navios vinham abastecer-se. Na segunda metade do século XIX, durante o Império e, posteriormente, diante do advento da República, novas alternativas para o abastecimento de água aos moradores da cidade do Rio de Janeiro foram sendo utilizadas. O aqueduto, a partir de 1896, passou a ser utilizado como viaduto para os novos bondes de ferro da Companhia de Carris Urbanos, principal meio de acesso do centro aos altos do bairro de Santa Teresa, até os dias de hoje

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