
Considerado o maior parque urbano do mundo à beira mar, o Aterro do Flamengo é um local histórico que, apesar de alguns problemas – sobretudo de segurança – mora no coração do povo do Rio de Janeiro. Após um conflitante processo, o Parque do Flamengo, conhecido como Aterro, foi inaugurado em 17 de outubro de 1965, com o nome Parque IV Centenário.
Idealizado por Lota Macedo Soares, o Parque do Flamengo foi projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy. A programação recreativa foi elaborada por Ethel Bauzer Medeiros, o paisagismo por Roberto Burle Marx e Arquitetos Associados, a iluminação ficou a cargo do americano Richard Kelly e a obra civil realizada pela SURSAN – Superintendência de Urbanização e Saneamento. Tudo isso aconteceu no governo de Carlos Lacerda, que, no primeiro momento, ficou receoso em fazer o Parque.
O Rio nas décadas de 1950 e 1960 passou por transformações urbanas profundas. Estudiosos consideram que o marco paisagístico do período foi o Aterro do Flamengo – uma área construída sobre aterros sucessivos realizados na Baía de Guanabara, após a demolição de uma série de morros (como o do Castelo, Querosene e Santo Antônio) que ficavam na região central da cidade,

Região antes da construção do aterro
A área onde hoje está o Parque do Flamengo se tornou um espaço um tanto quanto vazio, como se esperasse uma grande obra. Contudo, a ideia de transformar em parque a área aterrada não era unânime. A questão oscilava entre fazer no local um novo bairro ou simplesmente as pistas para o tráfego.
As intervenções iniciais naquela região datam das primeiras décadas do século XX. Entre elas, estão a construção da Avenida Beira Mar, na administração do prefeito Francisco Pereira Passos (1836-1913), e da Praça Paris, projeto do urbanista francês Alfred Agache (1875-1934), na gestão do prefeito Antônio da Silva Prado Júnior (1880-1955).
A ideia inserida no projeto era a de criar um parque que não fosse sobrecarregado de equipamentos, de modo que os amplos espaços, sem indicação de atividades pré-definidas, sugerissem a sensação de liberdade. Assim, os usuários utilizariam as áreas de lazer da forma que escolhessem. Outro desafio era planejar o espaço como parte de um circuito que organizasse o tráfego de veículos (entre a Zona Sul e o Centro) sem que a área perdesse sua identidade. Além de criar vias de tráfego mais amplas e de alta velocidade, também afastaria a invasão de aguas do mar quando em dias de "ressaca" ou mar bravio. O projeto também deveria integrar os equipamentos urbanos já existentes, como o Aeroporto Santos Dumont, de 1944, e o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra (mais conhecido como o Monumento aos Pracinhas), inaugurado em 1960.


O local, com uma praia bastante frequentada por banhistas, integrou-se à paisagem da cidade, tornando-se também uma de suas atrações. o Aterro confirma uma tradição do Rio de tentar unir a natureza existente com importantes espaços verdes construídos pelo homem. Isso vem dos tempos da construção do Passeio Público.
Parte da Praia de Botafogo também foi aterrada para alargamento das pistas que vem do aterro do Flamengo, fazendo assim sua continuidade. E da mesma forma que a faixa de areia da Praia do Flamengo, a Praia de Botafogo foi jogada para dentro em direção ao mar, a praia de Botafogo também foi jogada para a frente, igualmente em direção ao mar.

Imagem do mapa mostrando em imagens mais claras as áreas aterradas
Deve-se salientar também que, nas mesmas áreas próximas, antes do aterro do Flamengo propriamente dito, existiram aterros anteriores. Uma delas é uma faixa de menor largura, feita no início do século 20, Estes aterros foram feitos para abertura da avenida Beira Mar terminada em 1907, que seguia do centro da cidade até Botafogo, mas não contornava o Morro da Viúva. Nesta época o antigo terração do Passeio Público, que ficava rente ao mar foi então afastado, tendo a Av. Beira Mar passando à sua frente.
O local onde se encontra o Aeroporto Santos Dumont e também a área até onde se encontra o MAM ou Museu de Arte Moderna também foi aterrada na terceira década do século 20, em 1922 com utilizando as terras provenientes do desmonte do Morro do Castelo. Este aterro de 1922 é chamado Aterro do Calabouço.
Parte das terras utilizadas no Aterro também foram utilizadas pra construção de outro aterro na antiga enseada da Glória que desapareceu, para dar origem à Praça Paris, inaugurada em 1927, sobre aquele aterro, feito à frente da Av. Beira Mar.
No local onde existia o Morro do Castelo, ficou uma área plana, hoje conhecida como Esplanada do Castelo, onde situam-se os antigos edifícios do Ministério do Trabalho, da Fazenda e Palácio da Cultura ou MEC.
Antes dos aterros de 1906 (abertura da Av. Beira Mar) e 1922, até o final do século 19 e início do século 20, o mar chegava até os limites do Passeio Público, de onde, de uma mureta se contemplava a entrada da Baía de Guanabara.
E chegava também quase encostado na Igreja de Santa Luzia, onde havia uma antiga praia. Toda a área de frente à Cinelândia (onde havia a antiga Praia da Ajuda) até a Praça Quinze (onde havia a Praia Dom Manuel) foi bastante aterrada.
Parte das terras utilizadas veio do desmonte ou arrasamento do Morro de Santo Antônio. A maior parte do morro foi demolida, tornando o local uma esplanada ou campo plano e aberto até sua ocupação por novas construções, como a nova Catedral Metropolitana, e alguns edifícios modernistas tais como o Edifício da Petrobrás, Edifício do antigo BNH e o edifício do BNDS, todos eles construídos na Avenida Chile, que foi aberta em função da demolição do morro.
Foi preservada apenas uma parte do morro, que fica ao lado do complexo histórico do Convento de Santo António com suas duas igrejas, em frente ao Largo da Carioca.





O Parque – ou Aterro – tem uma área de 1.300.000 m², localizada entre o Aeroporto Santos Dumont e a Praia de Botafogo. É Patrimônio Mundial da Humanidade na categoria “Paisagem Cultural Urbana”, título concedido pela UNESCO em 2012 e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
São 11.600 árvores de 190 espécies da flora brasileira e de outras regiões tropicais. Sendo a maior área de lazer ao ar livre da cidade, o Parque do Flamengo oferece equipamentos variados para a prática de esportes, recreação, cultura, gastronomia e entretenimento.
Dispõe de campos de pelada, pistas de skate, BMX e aeromodelismo, tanque de nautimodelismo, ciclovia, quadras de basquete, vôlei, power soccer, futsal, tênis, gateball, playground, cidade das crianças, parkour, postos de salvamento e praia. Encontra, ainda, Museu de Arte Moderna, Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, Marina da Glória, Teatro de Marionetes, Teatro de Arena, Coreto, Pavilhões Recreativos, Monumento a Estácio de Sá, quiosques de alimentação e restaurantes- informa o site oficial do Parque.




A característica mais marcante do Parque Eduardo Gomes, nome do Aterro do Flamengo, é a diversidade de sua flora, formada, principalmente, por espécies nativas selecionadas por Burle Marx. A riqueza vegetal atrai muitas aves. Para a travessia dos banhistas em direção à Praia do Flamengo, foram construídas passarelas com curvaturas suaves sobre as pistas expressas e passagens subterrâneas sob as mesmas. As pistas são fechadas ao tráfego nos domingos e feriados das sete às dezoito horas para permitir seu uso pelos frequentadores do parque. Ocasionalmente, as pistas são usadas para competições de atletismo e ciclismo. O local também é usado ocasionalmente para shows de grande público.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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