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BIBLIOTECA NACIONAL - A MAIS RICA HERANÇA PORTUGUESA E MAIOR GUARDIÃ DO CONHECIMENTO DOS CARIOCAS


A Biblioteca Nacional, também chamada de Biblioteca Nacional do Brasil, cujo nome oficial institucional é Fundação Biblioteca Nacional, é a depositária do patrimônio bibliográfico e documental do Brasil, considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo e a maior da América Latina. Seu poderoso acervo é calculado hoje em cerca de dez milhões de itens. Entre suas várias responsabilidades incluem-se a de preservar, atualizar e divulgar uma coleção, que teve início com a chegada da Real Biblioteca de Lisboa de Portugal ao Brasil e cresce constantemente, a partir de doações, aquisições e com o depósito legal

A história da Biblioteca Nacional se inicia antes de sua fundação pois em 1º de novembro de 1755, Lisboa sofreu um violento terremoto, que marcou sua história, e que deu origem a um grande incêndio que destruiu, entre outros edifícios, o da Real Biblioteca, também conhecida como Real Livraria, considerada uma das mais importantes bibliotecas da Europa naquela época. A esta perda quase irreparável para os lusitanos seguiu-se um movimento para sua recomposição, que foi prevista entre as tarefas emergenciais para reconstruir Lisboa após o incidente de 1755.

A fim de levar a cabo essa missão, o rei Dom José I de Portugal e o ministro Marquês de Pombal empenharam-se em juntar o pouco que sobrara da Real Livraria e organizar, no Palácio da Ajuda, uma nova biblioteca, que se tornou importante pela composição de seu acervo que, em 1807 reunia cerca de sessenta mil peças, entre livros, manuscritos, incunábulos, gravuras, mapas, moedas e medalhas.

Entre os objetos que acompanharam a família real em sua viagem para Brasil, fugindo da ameaça das tropas napoleônicas, estavam os caixotes de livros e documentos da Biblioteca Nacional da Ajuda, de Lisboa. Na pressa, os caixotes ficaram abandonados no porto e só em 1810 começaram a ser transferidos para o Brasil.

Até então, durante todo o período colonial brasileiro, havia somente bibliotecas particulares, de colégios religiosos e de conventos, destinadas a poucos usuários. Os livros no Brasil Colonial eram escassos, devido à proibição de Portugal de se instalar uma tipografia no país e da censura imposta pela Inquisição Católica. Além disso, não há muitas informações sobre bibliotecas particulares nos séculos XVI e XVII. Em 1773, com a extinção da Companhia de Jesus, a expulsão dos Jesuítas do Brasil pelo Marquês de Pombal e o consequente confisco de seus bens, as Bibliotecas Jesuítas tiveram seus acervos amontoados em lugares impróprios durante anos, enquanto se procedia aos inventários dos bens e sua destinação final. O destino trágico das bibliotecas e arquivos dos conventos brasileiros foi consumado pelos anos em que se seguiram e, em 1851, não havia quase nada que aproveitar. A existência de uma vida cultural mais significativa passou a ocorrer a partir do século XVIII.

O acervo de Portugal foi trazido em três etapas, sendo a primeira em 1810 e as outras duas em 1811. A biblioteca foi acomodada, inicialmente, nas salas do andar superior do Hospital da Ordem Terceira do Carmo, localizado na antiga rua de trás do Carmo, atual rua do Carmo, próximo ao Paço Imperial. As instalações, no entanto, foram consideradas inadequadas e poderiam pôr em risco tão valioso acervo. Assim, em 29 de outubro de 1810, data que ficou atribuída à fundação oficial da Biblioteca Nacional, o príncipe regente editou um decreto que determinava que, no lugar que havia servido de catacumbas aos religiosos do Carmo, se erigisse e acomodasse a "minha Real Biblioteca e instrumentos de física e matemática, fazendo-se à custa da Real Fazenda toda a despesa conducente ao arranjamento e manutenção do referido estabelecimento".

As obras para nova edificação da Biblioteca somente se concretizaram em 1813, quando foi transferido o acervo. Enquanto o processo de instalação dos livros estava ocorrendo, a consulta ao acervo da Biblioteca já podia ser realizada por estudiosos, mediante consentimento régio e, em 1814, após o término da organização do acervo, a consulta e o acesso foi liberado ao público.

Oficialmente estabelecida, a Biblioteca continuou a ter seu acervo ampliado de maneira significativa, através de compras, doações, principalmente pela entrega obrigatória de um exemplar de todo material impresso nas oficinas tipográficas de Portugal e na Impressão Régia instalada no Rio de Janeiro. Essa legislação foi sendo aperfeiçoada ao longo dos anos e culminou no Decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907, chamado comumente Decreto de Depósito Legal, ainda em vigor.

Após a morte de Dona Maria I, em março de 1816, teve início o reinado de Dom João VI, que permaneceu no Brasil até 1821, quando circunstâncias políticas o fizeram retornar a Lisboa com a Família Real, à exceção de seu filho primogênito, Dom Pedro de Alcântara de Bragança (futuro imperador Dom Pedro I do Brasil), que viria a proclamar a Independência do Brasil em 1822. Aqui também permaneceu a Real Biblioteca. Nessa época ela já crescera muito e, após a Independência, em 1822, passou a ser propriedade do Império do Brasil. Pelos bens deixados no Brasil, a Família Real foi indenizada em dois milhões de libras esterlinas, desse valor, oitocentos contos de réis destinavam-se ao pagamento da Real Biblioteca, que passou a se chamar, então, Biblioteca Imperial e Pública da Corte.

Em 1858, a Biblioteca foi transferida para a Rua do Passeio, número 60, no Largo da Lapa, e instalada no prédio que tinha por finalidade abrigar de forma melhor o seu acervo. Atualmente, com algumas modificações, esse edifício abriga a Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como seu acervo continuava a ampliar-se com as doações, aquisições e através de contribuição legal, compra de coleções de obras raras em leilões e em centros livreiros de todo o mundo, em breve seria necessária sua mudança para outro edifício, mais adequado às suas necessidades.

Já no século no Século XX, o crescimento constante e permanente do acervo da biblioteca foi fundamental para a realização de um projeto de construção de uma sede que atendesse a todas as necessidades da biblioteca, acomodando de forma adequada suas coleções. Com base nisso foi projetado seu atual prédio, que teve sua pedra fundamental lançada em 15 de agosto de 1905, durante o governo de Rodrigues Alves. A inauguração se realizou em 29 de outubro de 1910, durante o governo Nilo Peçanha. O edifício da Biblioteca Nacional, cujo projeto é assinado pelo engenheiro militar Sousa Aguiar, tem um estilo eclético, no qual se misturam elementos neoclássicos e art nouveau. O prédio da Biblioteca fica situado na Avenida Rio Branco, número 219, praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, compondo com o Museu Nacional de Belas Artes e o Teatro Municipal um conjunto arquitetônico e cultural de grande valor.






Ao longo do século, a Biblioteca Nacional diversificou e aperfeiçoou suas atividades, e passou por sucessivas reformas. Em resposta às exigências impostas pela demanda dos pesquisadores, e diante da importância do conjunto bibliográfico e documental sob sua guarda, buscou acompanhar a evolução tecnológica mundial e investiu no aprimoramento dos mecanismos de segurança e preservação do patrimônio sob sua custódia; criou e desenvolveu metodologias modernas de catalogação e classificação para seu acervo e adotou novas tecnologias da informação, para garantir o direito de acesso do cidadão e contribuir para a sua qualificação. Boa parte do acervo já se encontra digitalizado e pode ser consultada através do site nos links como o da BN digital que integra todas as coleções digitalizadas e da Hemeroteca digital, portal que possibilita a consulta, pela Internet, ao acervo de periódicos nacionais (jornais, revistas, anuários, boletins etc.) e de publicações seriadas, que incluem desde os primeiros jornais criados no Brasil até periódicos extintos no século XX. O acervo da Biblioteca Nacional está dividido em: Cartografia, Iconografia, Manuscritos, Música e Arquivos Sonoros, Obras Gerais, Obras Raras, Periódicos, Obras de Referência e Coleções. De seu acervo, vale destacar um exemplar da Bíblia de Gutenberg, de 1462 e a coleção iconográfica de Teresa Cristina Maria.



Video realizado nos 200 anos da BN


REFERÊNCIAS



Santos, Josiel Machado Bibliotecas no Brasil: um olhar histórico. Revista Brasileira de Biblioteconomia e documentação, Nova Série, São Paulo, v.6, n.1, p. 50-61, jan./jun. 2010.


Santos, M. P. Santos,C. A. da S. Bibliotecas Públicas no século XXI: uma releitura da literatura CRB-8 Digital, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 10-16, dez. 2012 | http://revista.crb8.org.b

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