O bloco Escravos da Mauá foi fundado em 1992 por um grupo de amigos, quase todos funcionários do INT - Instituto Nacional de Tecnologia, que tem sede na Avenida Venezuela, nos arredores da Praça Mauá. Desde o seu primeiro desfile no Carnaval de 1993, fez do belo Largo de São Francisco da Prainha, na rua Sacadura Cabral, a sua sede social a céu aberto. O bloco percorria as ruas do bairro da Saúde, nas proximidades da Praça Mauá, da Pedra do Sal e do Morro da Conceição e do Cais do Valongo.e seu nome faz referência ao fato de que que esse cais, que fica na região, foi o maior porto de desembarque de africanos escravizados nas Américas.
Seus sambas cantavam a história dos eventos e personagens que hoje configuram região denominada por Heitor dos Prazeres de Pequena África, berço dos primeiros Ranchos e do "carnaval de rua" do Rio de Janeiro, que já foi local de moradia, trabalho e/ou encontro para grandes chorões e sambistas cariocas como Pixinguinha, João da Baiana, Sinhô e Donga.
O bloco foi o responsável por dar visibilidade àquela área, que estava totalmente abandonada pelo poder público. A Praça Mauá era completamente diferente do que é hoje, sem a exuberância dos museus, do Amanhã e MAR.
Conhecido por seus sambas que destoavam totalmente dos atuais, de cadência acelerada, o bloco Escravos da Mauá sempre honrou as raízes do samba fincadas naquela região, com 26 sambas compostos por eles, todos líricos, melodiosos. “Boa companhia faz o dia clarear, amizade é o melhor remédio”, “Alô me diz como é que faz, pra não morrer durante a seca. Como a lagarta do sertão sabe resistir, e sai voando borboleta”, “Desce o morro, Conceição, tira as pedras do cais do meu coração…”
Após 30 anos (2022), o bloco anunciou que não iria mais desfilar.
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