A Central do Brasil é o nome dado à uma das primeiras e mais importantes estradas de ferro do Brasil, tendo tido vital importância no desenvolvimento do pais durante o segundo reinado, tempo de D.Pedro II.
A ideia de construir uma ferrovia que ligasse a corte e capital do país às então províncias de São Paulo e Minas Gerais vinha desde o tempo da Regência, quando então governava o padre Feijó. Com tal intuito, este sancionou uma lei em 1835, que daria concessão de 40 anos à alguma empresa que organizasse a ferrovia.
Com o intuito de viabilizar o empreendimento, o Marquês de Barbacena, um político, militar e embaixador do Império, incumbiu-se da missão de divulgar o empreendimento em Londres, mas não obteve sucesso.
A história da estação Central do Brasil começou em 1855, com a demolição da Igreja de Santana para que ali surgisse a estação de trem D. Pedro II. Marco na cidade do Rio de Janeiro, a linha férrea uniu, pela primeira vez, as três províncias mais prósperas do Império – Rio, São Paulo e Minas - que comercializavam, entre outras mercadorias, principalmente, café e leite. Em 1855, o então Governo do Império aprovou os estatutos de uma empresa chamada Companhia Estrada de Ferro D. Pedro II. Esta empresa tinha em sua primeira diretoria grandes empreendedores em sua época, Roberto Jorge Haddock Lobo, Jerônimo J. Teixeira Júnior, Cristiano Benedito Ottoni, J. Batista da Fonseca e Alexandre J. de Siqueira.
O local de partida da ferrovia assim como sua estação principal na corte foi construído no Campo de Sant´Ana ou Praça da Aclamação como era chamada na época. O Campo de Santana hoje em dia é chamado de Praça da República, tendo perdido parte de sua área com a abertura da Av. Presidente Vargas no final da primeira metade do Século 20. Mas enfim, a primeira Estação da Central do Brasil, foi construída no mesmo lugar onde se encontra a atual
A linha deveria inicialmente chegar até Cachoeira no Estado de São Paulo e a Porto Novo do Cunha, na divisa entre as então Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais. A viagem inaugural da linha foi em março de 1858, quando o trem partiu da Central até Queimados, na Baixada Fluminense, em um percurso de 47 quilômetros. O imperador d. Pedro II e sua família viajaram na locomotiva chamada 'Brasil'. A frota inicial da Central era composta de 10 locomotivas, 40 vagões de passageiros e 100 vagões de carga.
O prédio que abrigava a antiga construção foi demolido e reerguido no início dos anos 1930 para haver a expansão do sistema ferroviário, bem como a passagem da Avenida Presidente Vargas. O famoso relógio da Central do Brasil (que é de 1943) é maior que Big Ben, de Londres, na Inglaterra. O exemplar inglês mede sete metros, enquanto o brasileiro tem 10 de altura em cada face. Com 135 metros de altura, o prédio já foi a estrutura de concreto armado mais alta do mundo.
A Central do Brasil, nos dias de hoje é conhecida popularmente como estação de trens no centro do Rio de Janeiro, ao lado do Campo de Santana ou Praça da República. Este grande terminal de trens urbanos, ligam diversos bairros da zona norte ao centro da cidade, em conexão próxima com uma estação do metrô. Devido a problemas de segurança e de descaso do poder público, a Central do Brasil não é o que pode se chamar de um local inspirador. Entretanto, a história desse trecho da cidade do Rio de Janeiro é repleta de importância e nostalgia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Comments