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COLÉGIO PEDRO II


Unidade São Cristovão

O Colégio de Pedro II foi criado pelo decreto de 2 de dezembro de 1837, que converteu em escola de instrução secundária o Seminário de São Joaquim, criado em 1739 com o nome de Colégio dos Órfãos de São Pedro, destinado a receber e dar instrução primária a órfãos e meninos desvalidos. Instituído na data de aniversário do imperador, por decreto de Bernardo Pereira de Vasconcelos, então ministro e secretário de Estado dos Negócios do Império, o colégio teve suas aulas iniciadas em 25 de março do ano seguinte. Foi denominado Imperial Colégio de Pedro II




Sua primeira unidade foi instalada no Centro da cidade do Rio de Janeiro, na antiga rua Larga (atual avenida Marechal Floriano), cujas salas de aula funcionam até aos nossos dias. A maioria dos alunos pertencia à elite econômica e política do país, apesar de haver a previsão para estudantes destituídos de recursos.


Unidade Centro


Seu surgimento se deu no conturbado período regencial (1831-1840), quando foram tomadas diversas medidas para frear os movimentos populares e combater a possibilidade de fragmentação do território brasileiro. Neste projeto de construção do Estado-nação, o colégio tinha papel de grande relevância, cabendo-lhe a transmissão dos valores culturais de uma elite nacional que comungava entre si os ideais de civilização e progresso. Este ideário era refletido em um currículo escolar onde predominavam as ‘humanidades’, prezando por uma cultura vasta e enciclopédica, caracteristicamente voltada para a formação desta elite. O formato do Colégio explica bastante do plano civilizatório Imperial: uma educação que priorizava uma boa formação, mas que abrangia uma parte pequena da sociedade, que era suficiente ao projeto do Império, na medida que preenchesse os quadros básicos do sistema burocrático e ideológico às lideranças do país, com um currículo que servia a estes interesses, não estando tão preocupada com a formação de uma massa ampla de operários minimamente capacitados

O governo imperial ficou responsável pela organização do ensino superior em todo o país, e no município da Corte pelos demais níveis. Já aos governos provinciais caberia a responsabilidade pelo ensino primário, secundário e profissional, através da criação dos liceus e de estabelecimentos de ensino secundário particular nas províncias. Até então a educação secundária fora ministrada através de aulas avulsas, nos moldes das escolas régias, e os primeiros liceus foram fundados pela reunião destas cadeiras.

O decreto de 2 de dezembro de 1837 estabeleceu que no Colégio de Pedro II seriam ensinadas as línguas latina, grega, francesa e inglesa, além de retórica e dos princípios elementares de geografia, história, filosofia, zoologia, mineralogia, botânica, química, física, aritmética, álgebra, geometria e astronomia. O regime poderia ser de internato e externato, e o pagamento dos honorários para os alunos pagantes seria fixado pelo governo. O internato foi instalado na em 1858 e permanecendo lá até 1888, quando foi transferido para o Campo de São Cristóvão. Segundo o mesmo decreto, o governo poderia admitir gratuitamente até onze alunos internos e dezoito externos.

De acordo com o regulamento aprovado em 31 de janeiro de 1838, para ingresso no colégio todos os alunos deveriam ter idade entre oito e doze anos, saber ler e escrever, fazer conta com as 4 operações, e possuir atestado de bom procedimento de outras escolas. Os diferentes estatutos, promulgados ao longo de todo Império, estabeleceram a rotina da instituição, as atribuições dos funcionários e a distribuição das disciplinas pelas séries, bem como o número de aulas semanais de cada uma. No regulamento de 1838, constavam também aulas de desenho, música e ensino religioso, e no de 1841 aula de alemão, ano em que também teve início as aulas de ginástica.

Inicialmente o curso seria dividido em 8 séries, o que foi alterado pelo regulamento n. 62, de 1º de fevereiro de 1841, que estabeleceu 7 anos para sua conclusão. Ao final desse período o estudante recebia o grau de bacharel em Letras e poderia entrar no ensino superior sem a prestação de exames.

Em 1855, fez-se um novo regulamento para o colégio - os estudos passaram a se dividir em duas classes, com matérias específicas para cada uma. Os estudos de primeira classe durariam quatro anos, mas o grau de bacharel em Letras seria conferido ao estudante que completasse a segunda classe, com duração de três anos. Dois anos depois, mais um regulamento dividiu o colégio, separando os alunos do externato e criando um espaço independente para o internato.

As reformas que separaram os estudos em duas classes estão relacionadas à tentativa de formar dois públicos distintos. Os alunos que concluíssem os estudos de primeira classe estariam aptos a exercer as profissões de caráter técnico, já os que concluíssem o ciclo complementar ingressariam nas academias do Império.

Até a década de 50, era designado “Colégio Padrão do Brasil”, visto que seu programa de ensino servia como modelo de educação de qualidade para os colégios da rede privada, que solicitavam ao Ministério da Educação o reconhecimento de seus certificados justificando a semelhança de seus currículos aos do Colégio Pedro II. Contando com corpo docente de extrema qualidade, integrado por professores renomados, como o Barão do Rio Branco, Euclides da Cunha, Manuel Bandeira e Aurélio Buarque de Holanda, o colégio viu-se obrigado a aumentar a oferta de vagas devido ao grande número de inscritos para seu concurso de acesso.

Dias após a proclamação da República, teve o seu nome alterado para Instituto Nacional de Instrução Secundária. Em 1890, se estabeleceu um novo regulamento da instrução primária e secundária do Distrito Federal, assinado por Benjamin Constant, onde se destacaram a criação do Pedagogium, estabelecimento destinado a oferecer formação profissional a professores e ao público, a criação de um fundo escolar para o fomento à educação e o estabelecimento da instrução moral e cívica como disciplina obrigatória.

Com essa reforma, o Instituto Nacional de Instrução Secundária passou a se chamar Ginásio Nacional, denominação que perdurou até 1911, quando a escola adquiriu a sua denominação atual, Colégio Pedro II.


Alunos notórios

· Arlindo Cruz, cantor e compositor;

· Coelho Netto, escritor e integrante da Academia Brasileira de Letras;

· Fátima Bernardes, jornalista;

· Floriano Peixoto, Presidente da República (1891-1894);

· Henrique Francisco d'Ávila, Governador do Rio Grande do Sul (1880-1881) e Ceará (1889);

· Henrique Pereira de Lucena, Barão de Lucena e Governador de Pernambuco (1872-1875), Bahia (1877-1878), Rio Grande do Norte (1872) e Rio Grande do Sul (1885-1886);

· Hermes da Fonseca, Presidente da República (1910-1914);

· Ivan Pinheiro, Secretário-Geral do Partido Comunista Brasileiro (2005-2016);

· Ivo de Magalhães, Governador de Brasília (1962-1964);[12]

· Jorge Picciani, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (2003-2011 e 2015-2017);

· Luiz Fux, Ministro do Supremo Tribunal Federal (2011-);

· Manuel Bandeira, escritor e integrante da Academia Brasileira de Letras;

· Marco Aurélio Mello, Ministro do Supremo Tribunal Federal (1990-2021);

· Maria Luísa Bittencourt, Deputada Estadual da Bahia (1935-1937);

· Nilo Peçanha, Presidente da República (1909-1910);

· Rodrigues Alves, Presidente da República (1902-1906);

· Washington Luís, Presidente da República (1926-1930).


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


http://www.cp2.g12.br/images/comunicacao/memoria_historica/index.html

https://pt.wikipedia.org/wik/ Colegio_Pedro_II


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