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MANIFESTAÇÕES CARNAVALESCAS

No início do século XX, as Grandes Sociedades, Blocos, Cordões, Ranchos eram os tipos possíveis de brincadeira popular na época do Carnaval. As escolas de samba estavam em processo de construção e hoje é a expressão mais conhecida do Carnaval Brasileiro


AS GRANDES SOCIEDADES CARNAVALESCAS


Desfile de uma Sociedade Carnavalesca na Av. Rio Branco


Em 1855 surgiu a primeira Grande Sociedade Carnavalesca, um clube de entretenimento fundado por pessoas da alta sociedade brasileira, que saiam em cortejo nas ruas com fantasias luxuosas com os mais diversos temas ao estilo europeu em carruagens e promoviam bailes de máscaras e à fantasia.. Desfilar pela cidade em carruagens abertas, exibindo à população as ricas fantasias importadas de Paris tornar-se-ia um dos grandes prazeres da burguesia durante os dias de carnaval.Este tipo de manifestação se tornou o principal destaque do carnaval, ocupando o lugar do entrudo nas ruas do Rio. As duas primeiras grandes sociedades foram o "Congresso das Sumidades Carnavalescas" e um grupo chamado "União Veneziana". Outros clubes surgiram, organizando bailes e desfiles suntuosos pelas ruas, que deram novos aspectos ao Carnaval carioca. Durante anos, as principais estrelas dos desfile das grandes sociedades tradicionais foram os Democráticos, Fenianos e Tenentes do Diabo. Foi uma fase marcante do Carnaval carioca que desapareceu com o tempo.


CORDÕES


Cordão do Bola Preta


Expressão da cultura negra desfiles com instrumentos, ritmos e elementos alegóricos ao som de batuques. As músicas cantadas eram chamadas de samba mas se aproximavam mais do maxixe, que era um ritmo considerado o tango brasileiro por ter influência dos lundus, polcas e habaneras. Entre a principal característica dos cordões estava o fato de ser formado por grupos de foliões mascarados com feições de velhos, palhaços, diabos, reis, rainhas, índios, baianas, entre outros, conduzidos por um mestre obedecendo a um apito de comando. Seu conjunto instrumental costumava ser exclusivamente de percussão. Foram substituídos pelos ranchos que usavam instrumentos de sopro e corda. Eram os desfiles mais temidos pois havia muita rivalidade entre os cordões e na maioria das vezes acabava em brigas. O mais famoso Cordão do Rio de Janeiro é o Cordão do Bola Preta, que na verdade nunca foi um cordão, foi fundado como um clube carnavalesco mas pretendia reviver as tradições dos antigos cordões. O Cordão do Bola Preta existe desde 1918 e desfila todo sábado de Carnaval pela manhã no centro do Rio.

RANCHOS




Bem parecido com os cordões mas exigia estrutura, organização e investimento maiores. O desfile de um rancho carnavalesco pode ser descrito como um cortejo, com a presença de um rei e uma rainha, ao som de uma marcha-rancho, acompanhado por instrumentos de sopro e corda, ritmo mais pausado que o samba. Eram características típicas dos ranchos as vestimentas vistosas, sendo utilizados em seus desfiles instrumentos como o violão, a viola, o cavaquinho, o ganzá, o prato, e às vezes, a flauta. Não eram usados instrumentos de percussão. Havia os mestres, um de Harmonia, um de Canto e um de Sala, responsável pela coreografia. Era um cortejo mais focado no elemento teatral,

Os ranchos desfilavam com porta-estandartee mestre-sala - adaptados, posteriormente, pelas escolas de samba— que tinham que dançar e ficar atentos a qualquer movimento. Nos primórdios, a enorme rivalidade entre os ranchos podia causar numa situação humilhante, que era a de ter seu estandarte roubado por um componente de um rancho rival. Naquele tempo o mestre-saladesfilava armado de navalha para proteger o pavilhão de sua agremiação. Em desfiles extras, não competitivos, não era incomum que houvesse provocações que terminavam em brigas entre diferentes agremiações. Eram considerados mais sociáveis que os temidos cordões.


BLOCOS

Simplificação dos ranchos com algumas fantasias e alegorias nas mãos e componentes reduzidos. Os primeiros registros de blocos licenciados pela polícia no Rio de Janeiro, data de 1889, Grupo Carnavalesco São Cristóvão, Bumba meu Boi, Estrela da Mocidade, Corações de Ouro, Recreio dos Inocentes, Um Grupo de Máscaras, Novo Clube Terpsícoro, Guarani, Piratas do Amor, Bondengó, Zé Pereira, Lanceiros, Guaranis da Cidade Nova, Prazer da Providência, Teimosos do Catete, Prazer do Livramento, Filhos de Satã e Crianças de Família (Rua Paulino Figueiredo).



Os blocos situava-se, portanto, a meio caminho entre os louváveis ranchos e os frequentemente condenados cordões. Essa característica ambivalente faria dos blocos a inspiração para as os grupos de samba que buscariam a aceitação da sociedade no final da década de 1920e que passariam a ser denominados de escolas de samba a partir da década de 1930. Perderam um pouco do brilho com a ascensão dos desfile das escolas de samba se limitando a desfiles nos bairros onde ficavam suas sedes.




Em 1980, ressurgem como folias de rua, principalmente na orla do Rio de Janeiro e Centro, sendo os mais tradicionais o Simpatia é quase Amor, Banda de Ipanema, Carmelitas, Céu na Terra, Suvaco de Cristo, Cordão do Boitatá entre outros. São mais de 140 blocos espalhados por todo Rio de Janeiro que arrastam milhões de pessoas durante os dias de Carnaval.





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