O Cosme Velho é um bairro nobre da Zona Sul do Rio de Janeiro e teve sua origem por volta de 1567, onde membros da família de Cristóvão Monteiro ganharam terras em sesmaria. A família começou a utilizar as águas do Rio Carioca e deram início as plantações de cereais na região. Os membros da família de Cristóvão Monteiro abriram roças, edificaram casas e até um moinho de vento para beneficiamento dos cereais colhidos em suas plantações.
O nome do bairro é uma homenagem a Cosme Velho Pereira, comerciante português da antiga Rua Direita, atual Rua Primeiro de Março. No século XVI, o comerciante habitava a parte mais alta do Vale do Carioca, no caminho para o Corcovado. Sua chácara era banhada pelo Rio Carioca, que ainda hoje corre no local.
No século XVII, teve início a captação das águas do rio para o abastecimento da cidade, e no século XX, o rio foi coberto, restando dele alguns trechos a céu aberto, como se pode ver no Largo do Boticário. A importância do rio Carioca foi fundamental, como fonte abastecedora de água potável para o Rio de Janeiro.
No tempo do Brasil Império, havia escravos "agüeiros", cuja função era levar água proveniente do Carioca em barris para uso de seus senhores. As águas então límpidas do rio eram recolhidas em ponto alto do vale, na região conhecida como "Águas Férreas", Nestes tempos remotos, as propriedades ferruginosas das águas atraiam a visita de muitas pessoas ao local. . Esse vale era chamado de “Águas Férreas”, também por conta dos percursos dos bondes que passavam lá perto. “Águas Férreas” foi o nome do bairro até o início do século XX.
Posteriormente foi construído um aqueduto com a finalidade de levar a água até a Lapa, no centro, cuja memória é preservada através dos Arcos da Lapa. A nascente do rio encontra-se na região do Silvestre e suas águas eram captadas na "Mãe d´Água", para abastecer o aqueduto do Silvestre. Essa região, com temperaturas amenas, era uma das preferidas pelos cariocas do século XIX.
A urbanização só veio a acontecer em 1960, sendo apenas anos depois que houve a abertura do Túnel Rebouças. Ainda assim, o Cosme Velho permaneceu com suas características e charme do bairro marcados pelo passado até hoje.
Cosme Velho está situado no sopé do morro do Corcovado e do morro de Dona Marta, área mais alta do vale do rio Carioca. A região possui acesso principal a Rua Cosme Velho, sendo a continuação da Rua das Laranjeiras. Uma região que atrai vários turistas, a Estação de trem para o Corcovado é o ponto principal do bairro. O trem leva também ao mais conhecido ponto turístico do Rio de Janeiro, Cristo Redentor, onde é possível ter uma visão 360º
O Cosme Velho é um bairro marcado pelo passado, tanto pelos monumentos históricos como pela memória dos moradores ilustres. Foi endereço de artistas, escritores e compositores como Machado de Assis, Manuel Bandeira, Euclides da Cunha, Austregésilo de Athayde, Alceu Amoroso Lima, Cecília Meireles, Jorge Mautner e muitos outros.
O bairro tem nítida vocação turística por sua antigüidade e tradição, contando ainda com alguns imóveis antigos. Um exemplo importante é o Solar dos Abacaxis, um casarão em estilo neoclássico datado de meados do século XIX.
A Bica da Rainha é uma pequena fonte de inícios do século XIX que recebeu este nome devido a que D. Carlota Joaquina e sua sogra, a rainha Maria I de Portugal (chamada "a Louca" e mãe de D. João VI), serem frequentadoras das águas da fonte, que acreditava-se terem propriedades medicinais.
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