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ELEVADO DA PERIMETRAL



O Elevado da Perimetral foi um marco negativo para a zona portuária. Era simplesmente uma arquitetura que permitia uma passagem pela área e não uma permanência. É uma obra 'rodoviarística' que acaba dando uma conotação muito negativa à área, porque ela não incentivava os usuários da obra a desfrutarem do lugar. O Elevado da Perimetral, sobre a Avenida Rodrigues Alves, que teve a construção iniciada em 1950 e o primeiro trecho inaugurado em 1960, contribuiu para a degradação da região portuária. A avenida que servia aos armazéns do porto e a via expressa foi a solução encontrada para desviar o trânsito da Avenida Brasil para o centro, além de facilitar o acesso ao Aeroporto Santos Dumont e à Ponte Rio-Niterói, interligar a própria ponte, a Linha Vermelha, a Linha Amarela, a Rodovia Washington Luís, a Via Dutra, a Antiga Estrada Rio-São Paulo e a Rodovia Rio-Santos, garantindo, também, ligação direta com a Baixada Fluminense, a zona norte, a zona sul, a zona oeste e, opcionalmente, ao centro carioca.



O projeto foi modificado inúmeras vezes, e o elevado só teve seu primeiro trecho inaugurado em 1960. Repleta de atrasos, a obra toda demorou 25 anos: a inauguração final só foi feita em 1978.

O problema era que, à sombra do enorme elevado, acabaram desaparecendo pedaços inteiros de uma região repleta de vida e de história, como era a zona portuária do Rio. Ali, no caminho da Perimetral, funcionava por exemplo o fervilhante Mercado Central da Praça Quinze, com sua pitoresca estrutura metálica. Ou o Hotel Pharoux, um marco carioca, que ficava atrás do Museu Naval, considerado um dos primeiros grandes hotéis do país, em estilo mais requintado. Nem um nem outro restaram de pé, e do antigo Mercado Central, só restou o quiosque que abriga o restaurante Albamar, hoje chamado Ancoramar.

No final dos anos 1990 e começo dos anos 2000, a ideia de derrubar o Elevado da Perimetral passou a ser constante. A partir da gestão do ex-prefeito Luiz Paulo Conde (1997-2000), o projeto passou a ser debatido com frequência. Contudo, faltavam recursos. Em 2010, com as parcerias que possibilitaram a revitalização da Zona Portuária, essa ideia pôde começar a sair do papel.



Mercado Central da Praça XV


Albamar


A proposta era iniciar as demolições da Perimetral já em 2011. No entanto, isso acabou sendo adiado. Então, a demolição foi feita por partes, sendo a primeira efetuada em 2013 e a última implosão realizada em 2014.

Em 2013 aconteceu algo, no mínimo, curioso. Nesse ano, cinco vigas (de 40 metros de comprimento, 60 de largura e cerca de 20 toneladas), que haviam sido removidas nos trabalhos de demolição da Perimetral, simplesmente sumiram de um terreno cedido à Prefeitura do Rio para guardar esse material e até hoje esse mistério não foi resolvido.



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