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Foto do escritordanielericco

FAZENDA IMPERIAL DE SANTA CRUZ - DA FASE ÁUREA REAL ATÉ O ESQUECIMENTO DA HERANÇA PATRIMONIAL


Batalhão de Escola de Engenharia, Batalhão Villagran Cabrita, antiga sede da Fazenda


As terras da Fazenda faziam parte da Capitania de São Vicente, no sistema de Capitanias Hereditárias, criada pela Coroa portuguesa no século XIV e aplicada no Brasil para a ocupação efetiva do território brasileiro em 1534. A Lei de Sesmarias tinha por finalidade estimular a produção e promover a efetiva ocupação da terra, mas não indicava latifúndio. O solo era distribuído gratuitamente somente àqueles que possuíssem condições de aproveitá-lo e de pagar o dízimo ou as ordens religiosas, ou aos amigos do Rei ou a funcionários da Câmara. Vale lembrar que as terras eram doadas apenas a cristãos. maiores de 25 anos, que não possuíssem nenhuma "impureza racial". A Lei de Sesmarias condicionava o direito à terra para o cultivo. Caso a terra não estivesse sendo cultivada, a Coroa tinha o direito de revogar a concessão e doar a terra em sesmarias para quem se comprometesse a cultivá-la num período estipulado.

Com a Carta de Doação de sesmarias, em 1567, Cristóvão Monteiro passou a ser proprietário da Sesmaria que originou a Fazenda de Santa Cruz. Quando foi doada a Cristóvão Monteiro, a região era habitada por tribos Tupi-Guarani e chamada de Piracema (abundância de peixes). Por situar-se em território distante do centro da cidade e, portanto, vulnerável às invasões estrangeiras, a Coroa Portuguesa incentivou a sua ocupação. Cristovão Monteiro construiu, então, um engenho e uma capela no local. Após a sua morte, em 1569, sua viúva Marquesa Ferreira, como era de sua vontade, doou metade das terras aos padres jesuítas e a outra metade a sua filha Catarina. Estes negociaram a outra metade das terras herdada por sua filha, permutando por outras terras. A posse efetiva de tão valiosa dádiva pelos Jesuítas ocorreu no dia 10 de fevereiro de 1590.

Após a posse, os jesuítas colocaram uma grande cruz de madeira, símbolo da Companhia de Jesus, no local mais elevado da propriedade. Daí a localidade passou a ser chamada de Santa Cruz. A Sesmaria passou então a ser a Fazenda de Santa Cruz, organizada e administrada conforme a burocracia e hierarquia da Ordem da Companhia de Jesus. Anexando outras terras de sua propriedade, os padres Jesuítas transformaram a Fazenda em sua maior propriedade na América. A propriedade fora dividida em "campos" e em cada um deles foi desenvolvido uma produção que melhor se adaptasse a geografia do terreno, seja de pesca, criação de gados, plantação de arroz, cana-de-açúcar, café, funilaria, ourivesaria, curtume, olaria, etc.

Uma porção da Fazenda foi dividida em arrendamentos, em sua maioria para a criação de gados. Nas demais áreas os Jesuítas utilizaram a mão de obra indígena e africana. Estes podiam casar entre eles livremente, possuíam moradia individual, roças para as quais dedicavam dois dias por semana, pois três dias eram destinados ao trabalho na Fazenda, um dia dedicado à igreja e um dia de descanso. Seus filhos eram alimentados, vestidos e educados pelos Jesuítas. Além disso, as crianças eram alfabetizadas, aprendiam música e um ofício

Os inacianos desenvolveram sua infraestrutura fazendo algumas benfeitorias, tais como uma estrada que interligava a fazenda de Santa Cruz e a região de São Cristóvão; uma ponte, denominada Ponte dos Jesuítas, construída em 1752 com o intuito de regularizar o curso do Rio Guandu escoando parte de suas águas por um canal até o Rio Itaguaí, e uma trilha que seguia rumo ao norte, levando a vários lugares que davam na região das Minas. No plano da cultura, um feito notável da fazenda foi a fundação, pelos religiosos, de uma Escola de Música composta de escravos, que tocavam nas missas e nas festividades da fazenda e da Capitania do Rio de Janeiro escola recebeu grandes incentivos de D. João VI.



Ponte dos Jesuítas


Colocaram em Sepetiba um aldeamento com um grande número de índios, a fim de se protegerem de um imprevisto ataque vindo do mar, e outro também em Itaguaí, que era um ponto de convergência dos caminhos do sertão. Assim, tendo seus aliados defendendo-os do mar ou do interior, sentiam-se seguros em seus domínios. A receita dos arrendamentos era feita com o prazo máximo de três anos. Os pagamentos eram sempre feitos com mercadorias, de preferência galinhas, jamais em dinheiro, para não gerar vínculo de propriedade. Durante dois séculos a Fazenda ficou em propriedade dos Jesuítas, e se tornou a maior produtora de gêneros alimentícios para o abastecimento da Cidade do Rio de Janeiro, até que em 1759 foram expulsos do território brasileiro, e todas as suas propriedades, incluindo a Fazenda de Santa Cruz, passaram a pertencer à Coroa portuguesa.

A fazenda passou a ser chamada de Fazenda Real de Santa Cruz e ficou sob os cuidados de administradores indicados pela Coroa portuguesa. Com a chegada da família Real, em 1808, e o Rio de Janeiro passando a ser a sede do governo português, D. João VI doou alguns dos melhores "campos" da Fazenda de Santa Cruz aos membros da Corte e seus parentes para se estabelecerem, ou a amigos e funcionários do governo, e passou a administração da Fazenda aos cuidados de superintendentes.. Dessa forma, os atuais municípios de Mangaratiba, Itaguaí, Rio Claro, Piraí, Seropédica, Nova Iguaçu, Vassouras, Paracambi, Mesquita, Queimados, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontim, Japeri, Piraí, Pinheiral, Valença (parte) e Barra do Piraí (parte) tiveram sua origem nessas doações feitas por D. João VI. Esse pode ser considerado o início do processo de desmembramento da Fazenda.

Após a independência política do Brasil em relação a Portugal, a Fazenda passou a ser de propriedade da Família Imperial, passando a se chamar de Fazenda Imperial de Santa Cruz. Os superintendentes nomeados pelo governo português, concediam arrendamentos e aforamentos a parentes e amigos, promovendo uma maior partilha da Fazenda. Com a Proclamação da República, a fazenda passa a fazer parte do tesouro Nacional, e a se chamar Fazenda Nacional de Santa Cruz.. Da Fazenda, que tinha os seus limites no litoral, de Guaratiba até Mangaratiba, se estendendo por toda área Sul e Baixada Fluminense indo até Vassouras, restou apenas o que atualmente é o Bairro de Santa Cruz, uma área ao redor da sede da fazenda.

A sede da Fazenda se destinou para a família imperial passar temporadas como uma casa de veraneio ou como repouso de viagens, já que nas terras da Fazenda passavam estradas para as províncias de São Paulo e de Minas Gerais. Para chegar até a Fazenda havia uma trilha toda marcada com marcos de pedra chamada Estrada Real de Santa Cruz. Alguns desses marcos ainda existem nos locais originais. Ela começava no Largo da Cancela, em São Cristovão e seguia o caminho que corresponde hoje, aos bairros de Benfica, Jacaré, Del Castilho, Abolição, Cascadura, Vila Valqueire, e seguia pelos bairros da Zona Oeste como Realengo, Padre Miguel, Bangu, Campo Grande até chegar em Santa Cruz. Nesses locais, haviam várias que abrigavam a família real durante o longo trajeto que durava mais de cinco horas e, as vezes, até dois dias, conforme as paradas da comitiva para descanso.


Estrada Real de Santa Cruz.




Marco Imperial 11

Marco Imperial 7

Fazendas de engenho que hoje dão nome à vários bairros da Zona Oeste e se encontravam no caminho da trilha


O antigo convento foi adaptado à Paço Imperial e o Príncipe Regente gostava tanto do local que as vezes prolongava sua estadia e fazia suas audiências, recepções e despacho no local. Seu filhos D Pedro e D Miguel praticamente foram criados e educados na Fazenda. O soberano até mandou vir da China vários imigrantes para cultivo de chá numa região conhecida como Morro do Chá, hoje área particular.

Os primeiros habitantes da área urbanizada, foram os Criados da Casa Real, que obtiveram lotes para fazerem suas moradias. Mas não somente para moradias, D. João VI também concedia terras para se construir casas de comércios como hotel, botica, secos e molhados, queijos vindos de Minas Gerais, paio, manteiga, fumo de corda, padarias e hospedarias, ranchos para tropeiros, tabernas, quitandas, sapatarias, barbearias, juntamente com a chegada da ferrovia. O local era de passagem obrigatória dos tropeiros e boiadeiros que traziam o gado para o abastecimento da Cidade do Rio de Janeiro.

Em 1816, com a morte de D. Maria, D. João VI foi coroado rei e, em 1821, retornou a Portugal deixando em seu lugar seu filho D. Pedro Acostumado a visitar a fazenda, em companhia de seu pai, e ter passado lá, a sua lua de mel com a Imperatriz Leopoldina, em 1818, D. Pedro I continuou a ser assíduo frequentador de Santa Cruz.Com a proclamação da independência do Brasil, a Fazenda passou a ser propriedade do Imperador D. Pedro I, no entanto vários ocupantes reivindicaram parte dessas terras, que acabaram sendo reconhecidas como de domínio particular. Nessa época, a principal renda da fazenda advinha dos arrendamentos, práticas vigentes desde o tempo dos jesuítas.

No segundo reinado, D. Pedro I abdicou, em 1831, ao trono de imperador do Brasil, em favor de seu filho D. Pedro II, ainda menor de idade. Durante seu longo reinado, D. Pedro II continuou a visitar o Palácio Imperial da Fazenda, em companhia de sua família. As princesas, suas filhas, promoviam concorridos bailes e saraus

Havia necessidade de se construir um novo prédio para o matadouro público, que ficava na Praia de Santa Luzia no Centro. Ele já não mais dava conta da demanda, devido ao aumento populacional que a Cidade do Rio de Janeiro. O problema fora resolvido com a construção de um novo prédio, na região da atual Praça da Bandeira, que ficou arrendado pela Câmara Municipal. Mas o novo prédio ficava muito próximo de áreas residenciais, e o mal cheiro somado com os frequentes "estouro" de boiadas pelas ruas, avolumaram a Câmara Municipal de reclamações e pedidos de fechamento do prédio, tornando inviável a continuidade dos trabalhos. O Campo de São José, em Santa Cruz, oferecia água em abundância do Rio Itaguai, que também iria servir para a limpeza e para o escoamento dos detritos do matadouro, tinha vastos pastos para o descanso e alimento do gado, praça para a pesagem e leilão do gado, não havia moradores ao seu entorno, estava no caminho das estradas por onde se escoava o gado das províncias de Minas Gerais e Goiás, os portos de Sepetiba e do Rio Itaguai para o transporte do gado oriundo das províncias do Sul, etc. O único e grande problema era a distância 55 quilômetros do comércio da cidade do Rio de Janeiro. Mas mesmo assim, o Matadouro foi transferido para a região.


Ruínas do Antigo Matadouro de Santa Cruz


A primeira inovação tecnológica que o matadouro trouxe foi a extensão da linha férrea até a Imperial Fazenda de Santa Cruz. A ferrovia sempre esteve presente no projeto de transferência do Matadouro, não somente para transportar passageiros, mas com a finalidade de escoamento das reses abatidas no Matadouro para a estação de São Diogo. Também serviu para o transporte de materiais para a construção do estabelecimento. As obras para a extensão começaram ao mesmo tempo em que se começou a do novo Matadouro,

A chegada da máquina do trem na Imperial Fazenda e curato de Santa Cruz, no dia 29 de julho de 1878, foi muito festejada pelos moradores e comerciantes. Tal data, também era aniversário da Princesa Isabel, que veio nessa primeira viagem. Vale ressaltar que o palácio de veraneio da família imperial é em frente a estação de Santa Cruz, e que essa extensão favorecia a família e aos seus interesses. Ao contrário dos outros bairros cariocas que se desenvolveram as margens da linha férrea após a sua instalação, em Santa Cruz ocorreu ao contrário, foi a linha férrea quem veio até o bairro, para atender as necessidades do Matadouro.

O processo de ocupação urbana sofreu um grande salto após a construção do Matadouro. Além das casas de comércio, vários chalés e solares tinham sido construídos. Em 1850 as casas de comércio que existiam em Santa Cruz eram em sua maioria de secos e molhados, mas haviam também, boticários, padaria, hospedaria, ranchos para tropeiros e tabernas. Tais casas de comércios funcionavam perfeitamente para atender a população do curato de Santa Cruz. Caso algum morador precisasse de uma maior quantidade de determinado produto, tinha que encomendar com antecedência, para que os comerciantes providenciassem o fornecimento. Com o início das obras do novo Matadouro, tais casas de comércio também passaram a servir refeições. O curato que antes servia apenas de passagem e descanso para as tropas de boiadeiros com suas boiadas, com o funcionamento do Matadouro, passou a abrigar todos os que tinham negócios com o Matadouro. Um aumento vertiginoso de freguesia, fazendo com que mais casas de comércio se estabelecessem no curato, principalmente, no Largo do Bodegão, com suas bodegas que de tudo vendiam. A construção de vilas para moradia dos operários e suas famílias, foi uma medida para assegurar mão de obra para o funcionamento do Matadouro, e foram construídas nas extremidades da sede administrativa dentro da área do Matadouro, formando duas avenidas de casas. A construção do novo Matadouro trouxe para os moradores e comerciantes do Curato de Santa Cruz a expectativa de água potável mais próxima de suas residências e comércios, pois o encanamento das águas para o novo Matadouro, e a construção de um reservatório, traria o benefício de se oferecer água encanada, em bicas espalhadas nas proximidades do Matadouro, para a população do Curato de Santa Cruz. A água do Mendanha potável, boa e límpida, passou a abastecer o Matadouro e o Curato de Santa Cruz.

Com o início das atividades no Matadouro, o cemitério de Santa Cruz teve que ser transferido. O antigo cemitério ficava, onde atualmente é o Hospital Municipal Pedro II,. Santa Cruz foi uma das primeiras localidades do país a se beneficiar dos meios de comunicação da época. Em 1842, foi inaugurada a primeira Agência dos Correios do Brasil e, o primeiro telefone foi instalado no Palácio Imperial.

Em razão do porto, na praia de Sepetiba, ser utilizado pelos vapores, oriundos do Sul do Brasil, que transportavam gados e demais mercadorias para o Matadouro e para a Fazenda, foi aprovada uma linha de bondes entre Santa Cruz e Sepetiba, em 22 de julho de 1883, da empresa Ferro Carril e Navegação Santa Cruz.

Em 29 de dezembro de 1889, a intendência, resolveu estabelecer a luz elétrica no Matadouro de Santa Cruz, com a finalidade de melhorar o exame médico do gado antes da matança. Foi instalada uma usina geradora. A usina além de prestar aos serviços do Matadouro e as vilas dos operários, também foi usada para fornecer luz elétrica para algumas ruas de Santa Cruz, quando terminava o expediente do Matadouro.

No período republicano, a partir do início do século XX, com a recuperação dos campos e monumentais obras de saneamento da Baixada de Sepetiba, sob à denominação de Fazenda Nacional de Santa Cruz, a região recupera a sua vocação agrícola, com a criação do Núcleo Colonial e chegada de diversas famílias de imigrantes japoneses, austríacos, espanhóis e alemães. Cultiva-se, a partir do início da década de 30, uma produção variada, de legumes, frutas e hortaliças, em uma área de 3.243 hectares, divididos em 266 lotes

As décadas de 60 e 70 são, também para Santa Cruz, períodos de grandes transformações. Com a instalação da Usina Termelétrica de Furnas, da Companhia Siderúrgica da Guanabara, vinculada ao Grupo Gerdau, da Casa da Moeda, Valesul Alumínio, Latasa e outras indústrias de menor porte. Santa Cruz vai abandonando a sua histórica vocação agropecuária e entra em franco processo de industrialização. Os aspectos negativos da industrialização e os altos custos de desordem social, também se tornaram visíveis, a partir de meados da década de 1960, com a implantação dos conjuntos habitacionais e transferências de contingentes imensos de populares, provenientes de áreas mais pobres da cidade do Rio de Janeiro, sobretudo de favelas desativadas após as enchentes de 1966 e 1967

Hoje, o bairro de Santa Cruz, localizado no extremo oeste da Cidade do Rio de Janeiro, faz fronteira com os municípios de Itaguaí e Seropédica e pertence a jurisdição da 19ª Região Administrativa, que inclui também as regiões de Paciência e Sepetiba.. Em termos culturais, Santa Cruz é um bairro importante, sob o ponto de vista histórico, possuindo ainda vários monumentos históricos representativos de sua fase áurea.

Com uma área territorial de 163,73 Km2, com 1406 logradouros e 2.456.509 metros quadrados de área construída, Santa Cruz foi aos poucos adquirindo características de cidade, um comércio bem desenvolvido, com várias agências bancárias e inúmeras e diversificadas lojas, um sistema educacional que atende de forma satisfatória à demanda, com escolas municipais, alguns colégios, estaduais, dezenas de colégios e escolas da rede particular de ensino e instituições de ensino universitário, de duas grandes unidades militares da Forças Armadas (Base Aérea de Santa Cruz e Batalhão Escola de Engenharia), o Fórum de Santa Cruz. O Hospital Estadual Dom Pedro II foi planejado para servir como hospital de referência para o tratamento de queimaduras.

Devido ao rápido crescimento urbano, o sistema viário foi exigindo urgentes providências, como a construção de uma rodoviária, novos viadutos sobre a estrada de ferro e ampliação dos logradouros que fazem a interligação com a avenida Brasil. O transporte ferroviário, apesar de sua precariedade, ainda é bastante utilizado pela população, mas já existem algumas linhas de ônibus que ligam Santa Cruz ao centro do Rio de Janeiro, como também aos municípios de Itaguaí, Seropédica, Mangaratiba e Angra dos Reis.

Foram instalados, especialmente nas proximidades da Avenida João XXIII, vários empreendimentos industriais de peso, especialmente a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que modificou a paisagem e dinamizou a economia do bairro.

Apesar de seu passado áureo, Santa Cruz é considerado um bairro de classe média e baixa, com diversos problemas de transporte, falta de saneamento adequado em certos pontos, comunidades carentes e sérios problemas ambientais, não diferente de muitos outros bairros do Rio de Janeiro. Com o aumento da população, a violência no bairro só tem aumentado. A ação da polícia se concentra no combate ao tráfico de entorpecentes nas favelas do entorno, bem como na ação de milicianos, que são os responsáveis pelo controle do transporte alternativo, exploração de serviços ilegais de eletricidade, gás e televisão a cabo.


Palacete Princesa Isabel



O Palacete Princesa Isabel, na área da Antiga Fazenda Imperial de Santa Cruz (Avenida do Matadouro) construído para ser a sede administrativa do antigo Matadouro Público. Foi inaugurado em 1881, com a presença do Imperador Pedro II. Em estilo arquitetônico neoclássico, o prédio abrigou em 1886 o Colégio Princesa Isabel, depois denominado Escola Estados Unidos, Escola Politécnica e Ginásio Princesa Isabel. Hoje funciona como Centro Cultural Municipal de Santa Cruz, onde se localiza também a Biblioteca Municipal do bairro.


Batalhão de Escola de Engenharia, Batalhão Villagran Cabrita



Ocupa a antiga sede da Fazenda dos Jesuítas, aparece em destaque na iconografia legada por diversos viajantes estrangeiros que passaram pelo bairro a partir do início do século XIX, entre os quais, os trabalhos de Thomas Ender, Jean Baptiste Debret, Maria Graham e Eduard Hildebrandt.

Os padres jesuítas mandaram erguer uma grande cruz de madeira, no pátio externo e fronteiriço à sua residência, onde a escravaria se reunia para seus festejos. O cruzeiro, hoje revitalizado se encontra em frente ao prédio do quartel. Do antigo convento dos jesuítas foram produzidos painéis com pinturas mostrando a evolução da arquitetura do prédio, desde a época em que funcionava como capela e residência dos padres da Companhia de Jesus, até a sua transformação em quartel do Exército. No local também existe um pequeno museu regional, com peças museológicas e documentos que reconstituem uma boa parte da história do prédio. Para o local foi transladado o Marco da Imperial Fazenda de Santa Cruz, de 1827, que se encontrava em uma das dependências do Museu do I Reinado, no bairro de São Cristóvão, após ter sido removido do seu ponto original.


Complexo do Hangar da Base Aérea de Santa Cruz





Construído em 1934 para abrigar os dirigíveis Graff Zeppelin e Hindenburg que faziam a ligação Frankfurt (Alemanha), Jequiá (Pernambuco) e Santa Cruz (Rio de Janeiro). Toda a estrutura metálica do hangar, medindo 274 metros de comprimento, 58 metros de altura e 58 metros de largura, produzida pela firma alemã Luftschiffbau . O Zeppelin veio dividido, como um grande kit de peças, para ser montado em Santa Cruz No local foi construído um pequeno Centro de Memória, onde os visitantes podem acompanhar o roteiro de uma exposição sobre a história dos dirigíveis, a evolução da própria Base Aérea de Santa Cruz e do bairro


Ponte dos Jesuítas



O principal atrativo turístico de Santa Cruz, considerando o seu legado cultural é, sem dúvida alguma, a Ponte dos Jesuítas, monumento construído em 1752 e tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1938.A famosa ponte-represa fazia parte de um complexo mecanismo de dessecamento dos brejais da Baixada de Sepetiba que incluía valas, canais, diques, taipas, aberturas em forma de óculos, tubulões para o escoamento da água excedente e a própria Ponte dos Jesuítas.

A Ponte dos Jesuítas é, sem dúvida, o principal testemunho material de todas as obras que os padres jesuítas realizaram em Santa Cruz para vencer os obstáculos provocados pelas inundações periódicas, principalmente durante o verão, que provocavam a destruição de parte do que havia sido construído. Plantações eram inutilizadas, havia mortandade do gado, os campos eram destruídos. A parte mais baixa da Fazenda, nos terrenos próximos ao litoral de Sepetiba, alguns campos permaneciam encharcados uma boa parte do ano, transformando-se em verdadeiros pântanos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Angelo, Leonardo Bassoli Santa Cruz: uma fazenda jesuítica na economia brasileira (1589-1759) XIV Encontro Nacional da ANPUH RIO – Memória e Patrimônio. 2010, UNIRIO


da Costa, Edite Moraes. Os donos da Fazenda de Santa Cruz: uma breve história fundiária. XXIX Simpósio de História Natural. 2017. ANPUH

da Costa, Edite Moraes. O Matadouro Público de Santa Cruz: deslocamento populacional, políticas sanitaristas e modernidade no sistema agrofabril. XIX Encontro Nacional da ANPUH – RIO. História do Futuro: Ensino Pesquisa e Divulgação Científica - 2020


NOPH - Núcleo de Orientação e Pesquisa Histórica de Santa Cruz: http://nophecomuseu.blogspot.com/


Souza, Sinvaldo do Nascimento. Fazenda Real de Santa Cruz – Patrimônio Histórico I Seminário Pesquisas em Turismo do Mercosul. Faculdade Machado de Assis – Santa Cruz – Rio de Janeiro – RJ

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