Segundo alguns livros, o nome indígena do local conhecido como Flamengo teria sido "Sapucaitoba" que no linguajar dos índios significa “lugar onde se brada”, e que era usado pelos portugueses para chamar de longe a fortaleza de São João, na Urca . Foi alí, naquele local, antes da fundação da cidade, que alguns navegantes portugueses estiveram, e ancoravam seus navios para se abastecer de água potável na foz do Rio Carioca, que desagua no Flamengo. O local era conhecido pelos portugueses como Aguada dos Marinheiros, por abastecer os navios que seguiam em direção à São Vicente ou em direção ao Rio da Prata.
No local, junto à foz do Rio Carioca, também existiu uma casa, chamada como Casa de Pedra, de localização não precisa, construída antes da fundação da cidade por Estácio de Sá, Martins Afonso de Souza vem ao Rio de Janeiro, em 1530, e desembarca na foz do rio Carioca, região conhecida pelos índios como Uruçu-Mirim (abelha pequena na língua dos Tamoios), que ficava nas imediações onde hoje está a Rua Barão do Flamengo. Em 1531, Pero Lopes de Souza, que fazia parte da expedição de Martins Afonso de Souza, constrói a primeira casa de pedra da cidade, na foz do rio Carioca, que foi a primeira edificação do gênero existente nas três Américas. Esta casa serviu de moradia ao primeiro juiz da cidade, Pedro Martins Namorado, nomeado em 1565 por Estácio de Sá. A casa foi destruída por uma ressaca, sendo reconstruída no século XVII para servir de moradia para o sapateiro Português Sebastião Gonçalves que ali residiu de 1606 a 1620.
Quando se diz primeira casa ou construção, deve-se salientar que nos referimos á construção nos moldes europeus, de pedra e cal, já que havia ocas ou construções indígenas na região. Apesar não existir vestígios arqueológicos, a existência desta casa fica evidente em documentos de concessão de sesmarias, quando a mesma construção foi citada como local de demarcação de terras. A Casa de Pedra, além de ter sido citada por Jean de Lery, foi residência deste missionário reformador francês que esteve na Guanabara, durante o tempo da invasão de Villegaignon. Portanto não existe dúvida que a construção era bem antiga. A única controvérsia é quanto sua localização precisa. e quanto à quem construiu.
Sebastião Gonçalves, recebeu terras de sesmaria, e a praia do Flamengo fico conhecida como Praia do Sapateiro. A "casa de pedra" já existia antes do sapateiro Sebastião Gonçalves fixar residência naquele local, e não se sabe ao certo, mas talvez ele a tenha usado para residência.
Na então Praia do Sapateiro, posteriormente veio a morar um holandês, talvez um dos que no Brasil permaneceram depois que Recife tivesse sido retomado dos holandeses, que lá haviam invadido. É possível que este holandês, seja o mesmo autor de um livro que descrevia minuciosamente o Rio de Janeiro, publicado após seu retorno à Holanda. O livro continha muitas informações sobre a cidade, e somente poderia ter sido escrito por alguém que permanecesse no local por muito tempo. O nome deste holandês é possivelmente Joost Vrisberger, o autor do livro, embora estas associações e fatos não levem à uma conclusão segura e definitiva. Embora não se tenha certeza quanto ao nome do holandês, especula-se que a praia do Sapateiro passou a levar o nome de Praia do Flamengo devido ao Holandês, isto no século 17.
Outra versão diz que a praia ficou conhecida como Flamengo porque muitos prisioneiros holandeses, capturados após a derrota dos Holandeses em Pernambuco, teriam sido transferidos para aquela praia. E naquela época, os holandeses eram chamados e conhecidos como flamengos. Devido à este fato, o local passou a ser conhecido como praia do Flamengo.
A terceira hipótese seria de que, o nome se deveria à aves conhecidas como "flamingo". Mas esta ultima hipótese segundo os biológos e estudiosos da fauna afirmam, é insustentável, pois no Rio de Janeiro estas espécies nunca habitaram.
É preciso dizer que, a geografia do local conhecido como bairro do Flamengo foi alterada com o acréscimo da faixa de terra, na verdade um enorme aterro em direção ao mar, que corre ao longo da extensão do bairro.
No início do século 20 foi feito um aterro para construção de uma avenida e posteriormente, na metade do século 20 outro grande aterramento foi feito, para construção de grandes pistas de automóveis e também para a construção de um enorme parque, conhecido como Parque do Flamengo que na verdade ultrapassa os limites do Flamengo, indo até o centro da cidade. Portanto, até o final do século 19, a praia do Flamengo ficava mais para "dentro", chegando praticamente onde estão os prédios cuja fachada se voltam para o mar. Hoje a praia ainda existe, foi reconstituida em um grande trecho do aterro, mais à frente avançando rumo ao mar.
Flamengo é um bairro da Zona Sul do município do Rio de Janeiro, eminentemente, residencial de classe média e classe média alta. A Avenida Rui Barbosa, no bairro, já foi um dos endereços mais nobres da cidade do Rio de Janeiro, mas, com o desenvolvimento de bairros como Copacabana, Ipanema e Leblon no século XX, o bairro perdeu um pouco de seu status.
A Praia do Flamengo é uma praia que se estende por grande parte do Parque Brigadeiro Eduardo Gomes. É uma praia de águas tranquilas, por se situar dentro da Baía de Guanabara. Devido a poluição da Baía de Guanabara, as águas da praia pouco a pouco se tornaram poluídas, até que nos últimos 30 anos a praia se tornou completamente proibida para o banho. Com o recente processo de despoluição da Baía, as águas voltaram a apresentar condição de balneabilidade em algumas épocas do ano.
O Aterro do Flamengo, o parque é uma enorme área gramada e arborizada, ao longo do mar, contendo quadras de esporte, ciclovia, e locais para caminhar e lazer. O nome oficial é Parque Brigadeiro Eduardo Gomes. Embora o nome o parque carregue o nome de Parque do Flamengo, sua extensão vai bem além do bairro do Flamengo, onde começa perto do Morro da Viúva ou final de Botafogo. O parque corre junto ao mar passando à frente de bairros e áreas que vem depois do Flamengo em direção ao centro da cidade, como Largo do Machado, Catete, Gloria e Centro do Rio, passando em frente ao Parque Passeio Público e Praça da Cinelândia, e terminando praticamente onde começa o aterro do Aeroporto Santos Dumont.
O bairro conta com o Museu das Comunicações e Humanidades e o Museu Carmen Miranda. Existem também quatro centros culturais no bairro: o Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho, a Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa, o Oi Futuro Flamengo e o Arte Sesc Flamengo.
O bairro serviu como berço para o Clube de Regatas do Flamengo, no número 22 da Praia do Flamengo, em 17 de novembro de 1895. E do Fluminense Football Club em 21 de julho de 1902 na Rua Marquês de Abrantes, número 51.
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