
A Floresta da Tijuca é considerada a maior floresta urbana do mundo com 3.953 hectares de Mata Atlântica. O Parque Nacional da Tijuca é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral da natureza localizada integralmente na cidade do Rio de Janeiro.
Entre os pontos turísticos do parque, trilhas, grutas e cachoeiras, encontram-se marcos famosos da cidade, como a Pedra da Gávea, o Corcovado, e o Pico da Tijuca, ponto mais alto do parque, elevando-se 1 022 metros acima do nível do mar. É administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
"Tijuca" é um nome com origem na língua tupi e significa "água podre", de ty ("água") e îuka ("podre"). O nome é uma referência à região da Lagoa da Tijuca, que possuia muito mangue e água parada e que se localizava no sopé da Floresta da Tijuca. A Floresta da Tijuca ficava no caminho para a Lagoa da Tijuca, razão pela qual acabou por adquirir o nome dessa lagoa.
Oficialmente, o Parque Nacional da Tijuca que engloba a Floresta da Tijuca nasceu em 6 de julho de 1961. Porém, essa floresta foi bastante explorada, principalmente nos séculos XVII e XVIII. A retirada de madeira foi tanta que a floresta começou a ficar escassa. No início do século XIX, após longo período de devastação para uso da madeira e lavouras de cana-de-açúcar e café, a cidade começou a sofrer com a falta de água potável, pois, sem a proteção da vegetação, os mananciais começaram a secar.

Em 1861, as florestas da Tijuca e das Paineiras foram declaradas por D. Pedro II como Florestas Protetoras e teve início então um processo de desapropriação de chácaras e fazendas, com o objetivo de promover o reflorestamento e permitir a regeneração natural da vegetação. Ainda hoje é possível identificar pés de café, construções e ruínas das antigas fazenda, como a Solidão, Mocke e Midosi, entre outras. Pode-se dizer que a Tijuca está entre as áreas protegidas pioneiras no mundo, já que é mais antiga até do que Yellowstone, o primeiro Parque Nacional, criado em 1872, nos Estados Unidos.
A missão do reflorestamento foi confiada ao Major Manuel Gomes Archer, que iniciou o trabalho com seis escravos, alguns feitores, encarregados e assalariados que deram início ao reflorestamento. Em apenas 13 anos, mais de 100 mil árvores foram plantadas, principalmente espécies da Mata Atlântica. O substituto do Major Archer, o Barão d’Escragnolle, manteve os esforços de reflorestamento e iniciou também um trabalho de paisagismo voltado para o uso público e a contemplação. Sob coordenação do renomado paisagista francês Auguste Glaziou, a floresta foi transformada em um belo parque com recantos, áreas de lazer, fontes e lagos. A aleia de eucaliptos e algumas plantas que vemos hoje são resquícios deste trabalho. O plantio teve continuidade nos anos seguintes e, associado ao processo de regeneração natural, formou a grande floresta existente hoje no Maciço da Tijuca.
A Floresta da Tijuca também influenciava o clima, e era, em si mesma, um refúgio para escapar às doenças e ao calor, fazendo com que o Estado investisse na abertura de caminhos para a Tijuca, até então, de difícil acesso. Ela foi definida como “o grande hospital de convalescença do Império”, seus ares puros eram vistos como o “mais eficaz remédio”, sublinhando assim a aura de amenidade e benignidade que cercava a Floresta, em contraposição à cidade - mercado, suja, insalubre e quente. A crença de que o clima podia gerar doenças e também promover a cura e a recuperação dos enfermos, estava presente na definição da Tijuca como um “grande hospital”. O campo e a praia, além dos fins recreativos, caracterizavam-se como “estações de cura”, não sendo raros os exemplos encontrados na literatura em que são prescritos os banhos de mar ou os ares das montanhas.
Após anos de relativo abandono e esforços pontuais de manutenção, a Floresta da Tijuca teve um período de forte revitalização na gestão do milionário e mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya, na década de 1940. A revitalização incluiu a abertura dos Restaurantes Esquilos, Floresta e Cascatinha, a consolidação das vias internas e os recantos e projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx.
Em 1961, o Maciço da Tijuca – Paineiras, Corcovado, Tijuca, Gávea Pequena, Trapicheiro, Andaraí, Três Rios e Covanca – foi transformado em Parque Nacional, recebendo o nome de Parque Nacional do Rio de Janeiro, com 33 km². Seis anos depois, em 8 de fevereiro de 1967, seu nome foi definitivamente alterado para Parque Nacional da Tijuca e, em 4 de julho de 2004, um Decreto Federal ampliou os limites do Parque para 39,51 km², incorporando locais como o Parque Lage, Serra dos Pretos Forros e Morro da Covanca. O patrimônio natural é sem dúvida o mais conhecido e consagrado no Parque, mas sua ocupação ao longo de quatro séculos gerou uma valiosa herança histórico-cultural, que hoje se constitui em um importante acervo a ser preservado.

Cascatinha Taunay

Vista Chinesa

Paineiras

Vista do Corcovado das Paineiras
O Parque Nacional da Tijuca possui uma fauna relevante tanto de invertebrados (platelmintos, moluscos, anelídeos e artrópodes) quanto de vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Os animais invertebrados possuem um importante papel no ecossistema, contribuindo para a decomposição de matéria orgânica e a ciclagem de nutrientes, realizando a polinização das plantas para produção de frutos e atuando como elementos fundamentais na cadeia alimentar. Os vertebrados são fundamentais para o equilíbrio ecossistêmico e para a manutenção dos processos ecológicos, interagindo de forma complexa com o ambiente e os seres vivos. A fauna de vertebrados no Parque Nacional da Tijuca é relativamente diversa e inclui espécies de mamíferos de médio porte, répteis e espécies de pequeno porte como anfíbios e aves.
O Parque Nacional da Tijuca apresenta uma biodiversidade significativa, com 1619 espécies vegetais, sendo que destas, 433 estão ameaçadas de extinção. É possível observar no Parque o angico (Anadenanthera colubrina), a quaresmeira (Tibouchina granulosa), a embaúba (Cecropia glaziovii), a paineira (Ceiba speciosa), o ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus), o jequitibá (Cariniana legalis), o cedro (Cedrela odorata), a copaíba (Copaifera langsdorffii), o pau-ferro (Libidibia ferrea), a brejaúva (Astrocaryum aculeatissimum), a juçara (Euterpe edulis), os sonhos d’ouro (Psychotria nuda), a orquídea (Brasilaelia crispa), a bromélia (Aechmea fasciata) e a begônia (Begonia tomentosa).
O Parque Nacional da Tijuca cobre cerca de 3,5 % da área do município do Rio de Janeiro. Apesar de ser o menor parque nacional do Brasil, é o mais visitado do país, com aproximadamente 2 milhões de visitantes por ano. O parque está localizado na porção central do município, e, por não possuir território contínuo, está misturado à área urbana da cidade. Divide-se em quatro setores:
Setor Floresta da Tijuca, que compreende Floresta da Tijuca, Pico da Tijuca, Pico Tijuca Mirim, Pico Andaraí Maior, Pico do Papagaio, Mirante do Excelsior, Cachoeira das Almas e Cascatinha Taunay;
Setor Serra da Carioca, com Parque Lage, Morro do Corcovado e Vista Chinesa;
Setor Pedra Bonita/Pedra da Gávea, que agrupa Pedra Bonita, Agulhinha, Pedra da Gávea e Rampa de Voo Livre;
Setor Pretos Forros/Covanca, com a Serra dos Pretos-Forros e Covanca.
A Floresta da Tijuca é um espaço de convívio harmonioso entre fauna, flora, espaço urbano e visitantes. Por isso, os turistas precisam cuidar da preservação da floresta. E nada mais justo do que usufruir de toda essa raridade de forma responsável. Existem diversas atividades organizadas pelo próprio parque para que os visitantes aproveitem a Floresta. Além disso, há formas de se divertir, ao mesmo tempo que se adquire a consciência da importância da preservação de um parque como esse.




De acordo com o site oficial da Floresta da Tijuca, as pessoas podem praticar inúmeras atividades monitoradas no espaço. Conheça cada uma delas:
Trilhas
São mais de 200 quilômetros de trilhas disponíveis para a prática. É importante vestir roupas confortáveis, usar chapéu ou boné, calçado fechado com sola que não seja lisa, aplicar repelentes e protetores solares, levar bastante água e lanche leve. Conheça as trilhas:
· Agulhinha da Gávea
· Caminho Dom Pedro Augusto
· Circuito do Vale Histórico
· Circuito dos Picos
· Pedra Bonita
· Pedra da Gávea
· Trilha dos Estudantes
· Trilha Parque Lage X Corcovado
· Trilha Transcarioca
Voo livre / Rapel
É de cima da Pedra Bonita que saem os voos livres. O local conta com duas rampas que ficam a 517 metros de altura. O Parque Nacional da Tijuca também tem seus lugares para a prática de Rapel, desde que se utilize todas as medidas de segurança para um esporte como esse. Dois lugares são indicados para o rapel: Bico do Papagaio e Pedra da Gávea.
Corrida
A corrida também é uma ótima atividade para ser feita na Floresta da Tijuca. Além do bem-estar físico e mental, a corrida pode proporcionar as melhores vistas do parque. O visitante não pode esquecer dos cuidados básicos, como roupas adequadas e leves, calçados apropriados, água e protetor solar e repelente, já que estamos falando de uma floresta.
Devido à abrangência de seus domínios e dependências, há uma luta constante contra diversos ilícitos ambientais, como ocupações irregulares, caça, incêndios criminosos, entre outros. O parque exerce papel de fundamental importância para cidade, prevenindo a erosão das encostas, enchentes e desabamentos e reduzindo a poluição atmosférica. Também detém diversas fontes de água que provêm o abastecimento urbano, ao mesmo tempo em que propicia recreação e qualidade de vida aos habitantes, além de preservar a paisagem e fomentar o turismo. A preservação do parque está diretamente relacionada ao bem-estar, saúde e riqueza da cidade, sendo talvez o seu maior patrimônio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Heynemann, Cláudia Beatriz Floresta da Tijuca: qual história? ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009
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