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Foto do escritordanielericco

GENTILEZA GERA GENTILEZA - O PROFETA E A TRAGÉDIA DO CIRCO

Atualizado: 31 de mar. de 2023


José Datrino não nasceu Profeta Gentileza. Datrino nasceu em Cafelândia, São Paulo em 1917 e cresceu como um menino incomum. Apesar da infância de muito trabalho, na qual lidava diretamente com a terra e com os animais, já vagava pelas ruas, afirmando ter um propósito maior, uma missão nessa Terra. Por volta dos treze anos de idade, passou a ter premonições sobre sua missão, na qual acreditava que um dia, depois de constituir família, filhos e bens, deixaria tudo em prol de sua missão. Este comportamento causou preocupação em seus pais, que chegaram a suspeitar que o filho sofria de algum tipo de loucura, chegando a buscar ajuda em curandeiros espirituais

Só começou a ficar conhecido como Profeta Gentileza em 1961, quando um terrível incêndio acometeu o Grand Circus de Niterói. No dia 17 de dezembro de 1961, ocorreu a Tragédia do Gran Circus Norte-Americano, na cidade de Niterói no Rio de Janeiro, considerada uma das maiores fatalidades em todo o mundo circense. Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio onde hoje encontra-se a Policlínica Militar de Niterói.

Depois da tragédia, Datrino se mobilizou para fazer um belo jardim no lugar onde o circo havia deixado apenas cinzas. Também se mudou para as redondezas a fim de amparar os prejudicados do incêndio, oferecendo conselhos e palavras amigas aos que o visitavam. A partir daí, passou a ser chamado de Profeta Gentileza.

Contrariando a lenda popular, Gentileza sempre reafirmava: "Sou papai de cinco filhos, três femininos e dois masculinos, não perdi ninguém no incêndio do circo!"

Após deixar o local que foi denominado "Paraíso Gentileza", o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - "Sou maluco para te amar e louco para te salvar". O Profeta Gentileza, também oferecia, em gesto de gentileza, flores e rosas para as pessoas que cruzavam seu caminho nas ruas do Rio de Janeiro. Andava pela Zona Central com uma túnica branca e longa barba. "Gentileza gera gentileza" é sua frase mais conhecida.



Ficou conhecido por fazer inscrições peculiares nas pilastras do Viaduto do Gasômetro, no Rio de Janeiro, e se tornou uma espécie de personalidade da cidade. A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro, que vai do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro, numa extensão de aproximadamente 1,5 km. Ele encheu as pilastras com inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a gentileza e a aplicarem gentileza em toda a Terra. A partir de 2000, os murais foram tombados pelos órgãos de proteção da prefeitura do Rio de Janeiro, entretanto em 2016 sofreram atos de vandalismo.

Morreu em Mirandópolis, São Paulo em 1996 aos 79 anos


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