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LINHAS COLORIDAS DO RIO DE JANEIRO

Atualizado: 9 de mai. de 2022



O Plano Doxiadis foi publicado em 1965 e concebido pelo arquiteto e urbanista grego Constantino Doxiadis, contratado pelo governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda (1960-65). Era um plano de reurbanização incluindo questões habitacionais, de saneamento básico e criação de sistemas viários de ferrovias, rodovias e metrô, preparando a cidade para o crescimento esperado para o ano 2000.

O novo Plano Diretor de desenvolvimento urbano ficou conhecido como Plano Policromático, devido às grandes vias de circulação: as linhas Vermelha, Azul, Marrom, Verde, Amarela e Lilás.

Admitindo a utilização do automóvel como meio de transporte individual e do ônibus como meio de transporte de massa, de modo crescente e irreversível, esse sistema previa 403km de vias expressas e mais 517 de vias principais no Município do Rio de Janeiro, a ser complementado por 80km de linhas de metrô.

Embora o plano jamais tenha sido implementado em sua totalidade, diversos governos realizaram partes importantes como túneis, viadutos, abertura da Linha Lilás e implementação de parte da Linha Verde e, décadas mais tarde, as Linhas Vermelha e Amarela.

A Linha Lilás foi uma das primeiras a ser construída. Ela faz a ligação do bairro de Laranjeiras com o bairro Santo Cristo, passando pelo túnel Santa Bárbara. Inicialmente, uniria o bairro de Botafogo ao viaduto do Gasômetro sem interrupções. Em seu projeto original, constava a destruição quase total do bairro do Catumbi, porém devido a protestos de moradores, seu traçado foi reformulado.

A Linha Verde (RJ-080) ligaria a via Dutra ao bairro da Gávea, passando pela Tijuca. Um túnel sobre o maciço da Tijuca, faria a ligação da rua Uruguai, na Tijuca, à praça Santos Dumont, na Gávea. Dela, restaram como vias importantes apenas o túnel Noel Rosa e a avenida Pastor Martin Luther King Júnior. Pela Pavuna, chegaria à via Dutra onde se encontraria com a Linha Vermelha.

A Linha Marrom ligaria a zona Sul à zona Oeste, passando pelos bairros Rio Comprido, Tijuca, Andaraí, Água Santa, Piedade, Madureira, Sulacap, Bangu, Campo Grande, até Santa Cruz.

A Linha azul ligaria o Recreio dos Bandeirantes até o município de Duque de Caxias.

A RJ-071, conhecida oficialmente como Presidente João Goulart e popularmente como Linha Vermelha, liga os municípios do Rio de Janeiro e São João de Meriti, atravessando também o município de Duque de Caxias. Tem extensão de 21,9km e foi inaugurada entre 1992 e 1994.

A Linha Amarela (RJ – 087), denominada oficialmente como avenida Governador Carlos Lacerda, liga a Barra da Tijuca à Ilha do Fundão. Tem extensão de 25km e foi inaugurada em 1997.


LINHA VERMELHA



Constantemente, a Linha Vermelha invade os noticiários. Infelizmente, na maioria das vezes, a Via ganha destaque por ter sido cenário de algum crime. Situação que devemos lamentar e, como sociedade, tentar combater. Entretanto, esse importante caminho da nossa cidade tem outras histórias a revelar.

A ideia era diminuir o trânsito da Avenida Brasil, no trecho da saída da Rodovia Presidente Dutra até São Cristóvão. Algumas falhas no projeto e a falta de um controle de tráfego eficiente não permitiram que essa intenção, que motivou a criação da Linha Vermelha, tivesse tanto êxito

O projeto da Linha Vermelha foi baseado em uma ideia do arquiteto grego Constantino Doxiádis. O “Plano Doxiadis” foi apresentado ao Governo do Estado do Rio em 1965.

“Por ser uma Via Expressa intermunicipal, já que corta três municípios, era o Governo do Estado quem administrava a Linha Vermelha. Isso mudou em 2007, quando a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro passou a ser responsável pela Via”, destaca o historiador Maurício Santos.

A primeira parte da Linha Vermelha foi inaugurada em 15 de abril de 1978, um trecho de 5,2 km, entre o fim do Elevado Paulo de Frontin, na Cidade Nova, e o Campo do São Cristóvão. A segunda etapa ficou pronta em 30 de abril de 1992, pegando um trecho entre o bairro de São Cristóvão e a Ilha do Fundão. Nessa época, durante o mandato do governador Leonel de Moura Brizola, a Via recebeu o nome de Avenida Tiradentes e, posteriormente, passou a ser Via Expressa Presidente João Goulart. Em 11 de setembro de 1994, o terceiro e último trecho, de 14km, ligando a Ilha do Fundão e a Rodovia Presidente Dutra foi aberto ao trânsito.

No ano 2012, foi inaugurada a Ponte do Saber, ligação da Cidade Universitária, na Ilha do Fundão, com a Linha Vermelha. Foi a primeira ponte estaiada da cidade do Rio de Janeiro.



De acordo com especialistas, a questão da violência na Via é explicada pelo fato de a Linha Vermelha ser margeada por quase 20 comunidades carentes, a maioria delas dominadas pelo tráfico de drogas. Outras reclamações são recorrentes em relação à Linha Vermelha. A qualidade das pistas é a maior de todas. Muito se reclama do asfalto, das sinalizações, da iluminação, da segurança, entre outros assuntos.

A Linha Vermelha é muito importante para o Rio de Janeiro e, assim como outras regiões da cidade e do estado, merece mais atenção das autoridades competentes.


LINHA AMARELA



Devido ao crescimento comum às grandes cidades, muitas vezes, esses municípios necessitam de obras, reformas. A Linha Amarela é um desses casos. Embora seja uma construção, relativamente, recente, essa via carioca tem uma história que merece ser contada.

Nos anos 1960, durante o governo Carlos Lacerda, a equipe do urbanista grego Constantínos Apóstolos Doxiádis elaborou um projeto das linhas policromáticas. A projeção foi de Lúcio Costa e a ideia era fazer um metrô que ligasse o bairro do Méier a Barra da Tijuca.

Contudo, essa ideia se quer começou a sair do papel. O tempo passou e mais de três décadas depois, enfim, o projeto passou a ser concretizado, mas de forma um pouco diferente.

Em dezembro de 1994, durante a primeira gestão de Cesar Maia à frente da prefeitura do Rio, após muita resistência de proprietários e inquilinos de imóveis que tiveram que ser desapropriados e demolidos, a Linha Amarela começou a ser construída. “Houve muita resistência por parte de algumas pessoas durante as obras. Porém, depois que começou a funcionar, a Via se fez muito útil para a população e passou a ser menos criticada”, destaca o historiador Maurício Santos.

As obras para a construção da via duraram quase três anos e foram divididas em três lotes: lote 1 (Avenida Ayrton Senna, Jacarepaguá/Gardênia Azul – Avenida Geremário Dantas, Freguesia), lote 2 (Avenida Geremário Dantas, Freguesia – Rua Pernambuco, Encantado) e lote 3 (Rua Pernambuco, Encantado – Avenida Novo Rio, Bonsucesso).

Entre os três lotes, o número dois foi o que deu mais trabalho. Para essa obra, os engenheiros precisaram perfurar o maciço da Serra dos Pretos-Forros. Neste maciço está o Túnel da Covanca, que tem a extensão de 2.187 metros em cada sentido. O Covanca é um dos maiores túneis urbanos do mundo. Os outros túneis da Linha Amarela se chamam: Geólogo Enzo Totis, Engenheiro Enaldo Cravo Peixoto e um pequeno túnel quadriculado chamado Túnel dos Pilares.

Após a inauguração, em 1997, alguns problemas, como engarrafamentos frequentes, forçaram algumas mudanças. Foi aí que a figura de Luiz Paulo Conde, sucessor de Cesar Maia, começou a ganhar destaque. O então prefeito determinou o alargamento do viaduto Sampaio Correia e, posteriormente, da Avenida Bento Ribeiro Dantas, entre o viaduto e a Ilha do Fundão (Cidade Universitária), reduzindo esse impasse.

A Linha Amarela, que mede 25 km, é administrada pela empresa LAMSA. De acordo com dados do Tribunal de Contas do Município (TCM), no ano de 2015, passaram pela Via, 51.686.696 veículos – 141,6 mil, em média, por dia.

Curiosidades:

  • A extensão da Linha Amarela corresponde a 8 Avenidas Presidente Vargas,

  • Você poderia cercar a Lagoa Rodrigo de Freitas com suas pontes e viadutos;

  • O concreto utilizado em sua obra seria suficiente para construir 2 Maracanãs e que o volume de terra e rocha escavadas daria para enchê-los;

  • Esse mesmo concreto utilizado daria para construir 220 edifícios de 10 andares (com 6 apartamentos de 2 quartos por andar);

  • O volume de aço daria para construir 330 edifícios iguais;

  • O volume de terra e rocha movimentados encheriam 303 mil caminhões;

  • Esses 303 mil caminhões ligados pára-choque com pára-choque, formariam uma fila de ida e volta, do Rio a Brasília;

  • As subestações para alimentação de seus ventiladores e de sua iluminação poderiam abastecer uma cidade com mais de 40 mil habitantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



http://www.engarrafadosdorio.com.br/2015/05/as-vias-expressas-coloridas-da-cidade-as-linhas-vermela-e-amarela-sao-famosas-e-as-linhas-verde-azul-lilas-e-marrom-voce-ja-ouviu-falar.html


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