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LUGARES MAL-ASSOMBRADOS NO RIO DE JANEIRO

Foto do escritor: danielericcodanielericco

Atualizado: 31 de out. de 2021



Não é só no lá fora que existem histórias de casas e castelos mal assombrados. Aqui no Brasil, em pleno Rio de Janeiro não faltam lendas urbanas que deixam qualquer um de cabelo em pé. Prédios históricos e arquiteturas antigas são os principais abrigos desses relatos sombrios. Realmente não dá para saber a veracidade dessas histórias mas uma coisa é certa, o que essas construções têm de lendas, têm de beleza também. Por isso vale à pena um passeio pela manhã, quando os fantasmas ainda estão dormindo.


Museu Histórico Nacional


O conjunto arquitetônico do museu pertencia originalmente ao Forte de São Tiago da Misericórdia e, posteriormente, à Prisão do Calabouço, Casa do Trem – depósito de armas e munições – e, mais recentemente, ao Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro. Localizado na Praça Marechal Âncora, possui acervo de 300 mil peças, entre manuscritos, iconografia, mobiliário, armaria, esculturas e indumentárias.

Contam-se muitas histórias sobre fantasmas. Uma delas revela o som de um cutelo ou machado que bate, ocasionalmente, sobre um cepo de madeira. Na Casa do Trem, Tiradentes teve o corpo esquartejado, após sua execução no Campo de Lampadosa, no final do século 18.



Campo de Santana


O parque Campo de Santana fica localizado na Praça da República, no Centro, próximo ao local onde ocorreu a proclamação da República do Brasil, em 1889. A denominação “Campo de Santana” originou-se em 1753 a partir de uma igreja ali construída, local de grande afluência de devotos, que foi demolida em 1854 para dar lugar à primeira estação ferroviária urbana do Brasil, a Estação Dom Pedro II. Em 1941, no lugar da antiga estação, foi inaugurada a atual Estação Central do Brasil. Dizem que, no período colonial, muitos pessoas acertavam suas diferenças naquele local. Repleto de lendas e mistérios, o local, dizem, é visitados por fantasmas, que duelam durante as madrugadas.


Central do Brasil


Antiga Estação Dom Pedro II, inaugurada em 1941, a famosa Central do Brasil conta com uma história curiosa e assustadora que envolve o retorno dos trens para lá nas madrugadas cariocas e faz dela um dos lugares mal-assombrados no Rio de Janeiro. Alguns funcionários no ponto final contam que, há alguns anos atrás, um dos comboios que voltava não parou em estação alguma. Contudo, após chegar à Central do Brasil, foram vistas algumas pessoas por lá desembarcando com trajes dos anos 1920.


Biblioteca Nacional


O local para estudos e leitura não fica de fora da lista. Tem gente que conta que por medo, alguns livros nunca são abertos, como um manual de caça às bruxas da época da inquisição. Uma das lendas que se espalhou no boca a boca pela biblioteca tem como personagem um professor que um dia, enquanto estudava um manuscrito, teria gritado “Meu Deus!”. Dizem que o homem ainda continuou: “Não é possível! Logo ela!” O professor nunca mais foi o mesmo, segundo consta, e passou a se assustar com qualquer coisa.


Theatro Municipal



Palco dos principais espetáculos da cidade, o prédio já recebeu os maiores artistas internacionais, assim como os principais nomes brasileiros, da dança, da música e da ópera. E por lá as histórias de arrepiar também não são poucas. Funcionários contam casos de aparições de uma ex-bailarina e do poeta Olavo Bilac, falecido em 1918. Contam que uma vez, Bilac se identificou com uma médium e até recitou poesia para ela.


Edifício Cândido Mendes (Centro)


O famoso edifício Cândido Mendes, na Assembleia 10, seria moradia de um fantasma até hoje. Não seria de estranhar, por ali caminhou Tiradentes e outros presos para serem enforcados onde hoje é a ALERJ


Palácio Pedro Ernesto



O Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara dos Vereadores teria várias almas penadas já que no local onde ela foi construída haveria ruínas de uma capela que realizava cultos satânicos.


Museu do Inconsciente Nise da Silveira




No Hospital Psiquiátrico Pedro II, atual Museu do Inconsciente Nise da Silveiram no Bairro do Engenho de Dentro, à noite são ouvidos pelos vizinhos gemidos, e palavras sem sentidos. Longos discursos, longos debates com palavrões. Segundo conta-se ali muitas pessoas faleceram em eterno sofrimento e alienação mental. Nas grades são encontradas fantasmas à espera eterna de “visitas” dos parentes que os abandonaram naquele hospital até a morte.


Cais do Valongo


No Cais do Valongo, onde chegavam os escravos no Brasil vindos da África, muitos deles morreram ali e havia um cemitério de pretos novos no local. Até hoje pessoas dizem ouvir barulho de grilhões e correntes ao se caminhar pela região à noite.


Museu Nacional da Quinta da Boa Vista


Desde a morte da imperatriz Leopoldina, em 1826, há relatos sobre suas supostas aparições nos aposentos do antigo da família real e imperial, hoje Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Consta até que um antigo vigilante noturno do museu chegou a pedir transferência do setor após ouvir, em plena madrugada, ruídos vindos das escadas e o barulho de uma máquina de escrever. Ao seguir os sons, nada foi encontrado.


Castelinho do Flamengo


O Castelinho do Flamengo reúne em uma única construção diferentes estilos arquitetônicos. O autor do projeto é o arquiteto italiano Gino Coppedè. O atraente prédio era a moradia de Avelino Fernandes, sua esposa Dona Rosalina Feu Fernandes e a sua filha Maria de Lourdes Feu Fernandes. Relatos indicam que o casal Fernandes morreu em 1932, atropelados por um bonde, em frente ao Castelinho. A cena sanguinária teria sido presenciada pela filha do casal, que era apenas uma criança inocente. Ela então passou a ter uma vida de muito sofrimento. Maria de Lourdes, a filha da família, passou a ser criada por um tutor que a roubou e maltratou, deixando-a presa na torre principal da construção. Dizem que quando Maria morreu, ela “voltou” para assombrar o lugar, em busca de vingança.

Não são poucos os que dizem que o Castelinho do Flamengo é mal-assombrado até hoje em dia. Com a morte dos donos, a posse do prédio ficou amarrada a um tramite jurídico. Por conta disso, o local passou a ser constantemente ocupado por moradores de rua. Entretanto, muitas dessas pessoas não conseguiam ficar por lá, alegando ver ou ouvir coisas estranhas. Alguns deles até sentiam toques em seus corpos durante a noite. Existem relatos de seguranças noturnos que dormem no local e juram de pé junto que já ouviram barulhos no segundo andar da construção. Por precaução, eles preferem dormir no térreo já que fica mais perto da porta.

Durante o tempo em que o Castelinho do Flamengo ficou abandonado, houve uma tentativa de um grupo de universitários de transformar o local em um centro de ciências e tecnologia. Em 1983, o escritor Pedro Nava (então Presidente do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural), junto com o ex-Prefeito Julio Coutinho promoveram o tombamento do imóvel. Contudo, as ocupações irregulares continuaram até o último ano da década de 1980.

Foi decidido que no Castelinho do Flamengo passaria a funcionar um centro cultural. Para isso, quase todo o interior do prédio foi reformado. Em 1992 foi inaugurado o Centro Cultural Oduvaldo Viana Filho. O espaço conta com uma videoteca que dispõe de mais de 1.500 títulos em acervo e de quatorze cabines individuais para vídeo. No segundo andar está o auditório Lumiére, com capacidade para quarenta lugares e mais duas salas para cursos e workshops, além de uma sala para exposições. Na assustadora torre (quarto andar), há o espaço livre e uma sala de leitura de textos.


Arco do Telles


Datado de 1743, este marco histórico é o que resta da antiga residência da família Telles de Menezes. Tudo começou em 1743, logo após a construção da Casa dos Governadores (atual Paço Imperial), quando a região da Praça XV começou a tomar do Morro do Castelo o posto de área mais próspera e importante da cidade. Astuto, o juiz português Antônio Telles Barreto de Menezes, comprou alguns terrenos por ali e construiu um enorme casarão. Seu objetivo era alugar imóveis para os comerciantes de classe média que começavam a ocupar o próspero entorno do largo. Só que o projeto tinha um problema: a construção bloquearia o acesso do novo centro comercial ao mercado de peixes. A solução proposta pelo engenheiro José Alpin foi abrir um arco para permitir a passagem do Largo para a Travessa do Comércio.

Nos anos 1790, a antiga Casa de Câmara e Cadeia precisou passar por uma reforma e transferiu para um dos imóveis do casarão dos Telles de Menezes toda a documentação referente aos primórdios da cidade, incluindo registros de imóveis e cobrança de foros (um tributo semelhante ao nosso atual IPTU). Até que, certa madrugada, um misterioso incêndio começou em uma loja de objetos usados curiosamente chamada “O caga negócios” e se alastrou pelo casario, destruindo toda a papelada. Do edifício sobrou apenas o que passou a ser conhecido como o Arco do Teles.

No mesmo ano, Bárbara Vicente de Urpia, uma jovem e bela portuguesa, chegava ao Brasil. Ela passou a viver no Rio de Janeiro com seu marido, Antonio de Urpia. Uns dizem que eles teriam se mudado porque ela teria matado a sua irmã envenenada, outros dizem que ela teria traído o marido com um nobre português e eles teriam sido enviados para cá por causa disso.

Rapidamente, a sua beleza chamou a atenção da corte carioca e ela passou a atrair os olhares de importantes homens da época, mas foi com um homem pobre, um negro livre, que ela se envolveu. Cega de paixão, e decidida a viver seu romance, Bárbara teria matado seu marido a sangue frio, com uma punhalada na nuca, enquanto ele dormia para poder viver esse amor.

Consta que as autoridades, pressionadas pelo Vice-Rei a encontrar um bode expiatório, teriam acusado e executado um homem que vivia pelas ruas — cigano ou negro, segundo registros divergentes — pelo assassinato do fidalgo.

Porém o crime dela aqui no Brasil e a morte da irmã em Portugal passaram a gerar desconfiança e os salões cariocas se fecharam para ela. Bárbara passou a viver com o amante na região da Cidade Nova. Na virada do século XIX, Bárbara teria então assassinado também o amante, em meio a uma tensa discussão, agravada por ciúmes e por questões financeiras. Outra vez, Bárbara livrou-se de qualquer acusação conseguindo não pagar pelo crime.

Sozinha, ela passou a se prostituir e se tornou conhecida como Bárbara dos Prazeres. Como era muito bonita, atraía diversos clientes, tornando-se a prostituta favorita da elite do Rio de Janeiro, de ricos comerciantes, funcionários da Coroa e até de Bispos. Com a chegada da corte real portuguesa, em 1808, passou a atender a nobreza e, dizem, até mesmo membros da Família Real. Foi viver na requintada Rua do Lavradio, onde recebia visitas sigilosas de homens misteriosos e elegantes.

Bárbara acabou contraindo sífilis, lepra e varíola, o que fez a sua clientela diminuir. Com o rosto marcado pela doença, sua beleza foi desaparecendo e já não conseguia mais dinheiro, pois os homens passaram a repeli-la.

No início do século XIX, ela passou a trabalhar no Arco do Teles, no Centro do Rio de Janeiro. Naquela época, o lugar estava extremamente decadente e tinha se tornado um refúgio de prostitutas, usuários de drogas e mendigos, em meio a ruínas de um incêndio ocorrido em 1790

Como não agradava mais aos homens, “Bárbara dos Prazeres” — cujo apelido se deveu a uma imagem de Nossa Senhora dos Prazeres que havia no beco, e que Bárbara escolhera como sua protetora — foi buscar ajuda com feiticeiros e praticantes de magia negra. Saía dessas “consultas” com receitas macabras. Devia banhar-se com sangue fervido de animais, a fim de curar sua lepra e tornar-se jovem e bela novamente. Porém, nada parecia funcionar. Foi então que um feiticeiro lhe sugeriu algo que seria supostamente infalível: em vez de animais, Bárbara deveria usar crianças para banhar-se em seu sangue ainda fresco e morno.

Em 1828, uma série de crianças começou a desaparecer e seus corpos nunca foram encontrados. O pânico espalhou-se na Corte. Crianças já não andavam mais desacompanhadas e muitas famílias passaram a trancar seus filhos e filhas em casa, com medo do pior. Foi aí que, segundo os relatos, Bárbara teria passado a roubar recém-nascidos na “roda dos enjeitados” da Santa Casa de Misericórdia, uma portinhola giratória usada para que os frutos de partos indesejados pudessem ser deixados ao cuidado das freiras. O abandono de bebês na Santa Casa diminuíra drasticamente, o que logo se associou à crueldade da “bruxa”. Dizem que Bárbara pendurava as crianças pelos pés com uma corda, as esfaqueava e ficava embaixo delas para banhar-se no sangue. Segundo alguns linguistas foi justamente nessa época que teria surgido a famosa expressão: “cuidado que a bruxa está solta!”.

Em 1830, uma mulher foi encontrada morta na baía localizada ao lado da Praça XV. Seu rosto estava desfigurado, porém as pessoas passaram a acreditar que o corpo fosse de Barbara dos Prazeres, já que o sumiço de crianças tinha cessado.

No início do século XX a travessa e o arco voltaram a ser valorizados. Na década de 20, a família de Carmen Miranda morou durante seis anos no sobrado de número 13 da Travessa do Comércio, onde a mãe dela vendia comida. Já no século XXI, o Arco do teles tornou-se referência por sua vida noturna, sejam os happy hours nos diversos bares e botecos da Rua do Ouvidor, pelas festas nos casarões da Travessa do Comércio, sambas e eventos noturnos.


Vale a pena assistir o vídeo abaixo:



REFERÊNCIAS






https://iconografiadahistoria.com.br/2021/02/01/barbara-dos-prazeres-a-bruxa-que-aterrorizou-o-arco-do-teles/

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