
O primeiro projeto para o metrô carioca que se conhece foi concebido no início da década de 1930, por uma comissão especial criada para analisar a situação dos transportes coletivos no então Distrito Federal. A comissão mostrava como a eletrificação das linhas de bonde permitiu um grande crescimento populacional em regiões mais afastadas da área central da cidade, e como o próprio sistema de bondes já não dava conta de transportar tanta gente.
Para sanar o problema, a comissão propôs a construção de uma linha principal de metrô, com 20 estações, ligando Botafogo ao Maracanã e passando pelo Centro, num trajeto bastante parecido com a atual Linha 1. Outros projetos surgiram nas décadas seguintes, como o Plano Metroviário da Cia. Carris de Bondes – Light em 1947. O projeto que sairia do papel só seria feito em 1968, por uma equipe de especialistas alemães, com as obras começando na década de 1970.
O Metrô do Rio de Janeiro foi inaugurado em 1979. Nessa época eram 4,3 quilômetros de trilhos ligando cinco pontos próximos da cidade. Nos primeiros dez dias de operação, seus trens transportaram mais de meio milhão de pessoas, em uma média diária de 60 mil clientes. As cinco estações eram Praça Onze, Central, Presidente Vargas, Cinelândia e Glória. Naquele primeiro momento do sistema, o Metrô operava com apenas quatro trens de quatro carros que circulavam com intervalos médios de oito minutos entre 9h e 15h, horário que foi esticado até 23h em dezembro do mesmo ano
Em 1980, as estações Uruguaiana e Estácio foram inauguradas. Com o surgimento destas duas estações, a demanda de passageiros foi incrementada, o que obrigou a empresa a aumentar o número de carros nos trens de quatro para seis
No ano seguinte, 1981, uma estação icônica foi criada: a Carioca. No mesmo ano foram inauguradas também as Estações Catete, Flamengo e Botafogo. Em novembro do mesmo ano de 1981, foi inaugurada a Linha 2, que contava apenas com as Estações São Cristóvão e Maracanã. Em dezembro, completando o trecho Sul da Linha 1, foi a vez da Estação Largo do Machado entrar no mapa.
Ao longo dos anos 1980, as linhas do Metrô do Rio sentido zona norte foram construídas. Entre 1981 e 1988 ficaram prontas: Estácio, São Cristóvão, Maracanã, Afonso Pena, São Francisco Xavier, Saens Peña, Maria da Graça e Triagem.

Em 1991, foi aberta a Engenho da Rainha e em 1996, as estações Thomaz Coelho e Vicente de Carvalho. As três fazem parte do trecho da Linha 2 entre Nova América e Irajá, onde a linha passava, mas não havia paradas.
Em 2004, o Metrô do Rio passou a funcionar também aos domingos. Dois anos depois, passou a ter vagões exclusivos para as mulheres, atendendo a lei estadual lei 4.733/06 aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
No ano de 2011 foi iniciada a última obra prevista no programa, a construção da Estação Uruguai, novo terminal da Linha 1, no bairro da Tijuca. A construção ficou a cargo do Governo do Estado do Rio de Janeiro e utilizou túneis já existentes, em uma região chamada de “rabicho da Tijuca”. Essa estação foi inaugurada em 15 de março de 2014, um pouco antes da Copa do Mundo do Brasil. De Botafogo a Linha 1 se estendeu até Ipanema e hoje já temos a Linha 4 (Barra da Tijuca – Ipanema).
Atuais linhas de Metrô
Linha 1 – Uruguai – Saens Peña – São Francisco Xavier – Afonso Pena – Estácio – Praça Onze – Central – Presidente Vargas – Uruguaiana – Carioca – Cinelândia – Glória – Catete – Largo do Machado – Flamengo – Botafogo – Cardeal Arcoverde – Siqueira Campos – Cantagalo – General Osório
Linha 2 - Pavuna –Eng Rubens Paiva - Acari – Coelho Neto – Colégio – Irajá – Vicente de Carvalho – Inhauma – Del Castilho – Maria da Graça – Triagem – Maracanã – São Cristovão - Cidade Nova - Central – Presidente Vargas – Uruguaiana – Carioca – Cinelândia – Glória – Catete – Largo do Machado – Flamengo – Botafogo
Linha 4 - General Osório – N Sra da Paz – Jardim de Alah – Antero de Quental – Gávea – São Conrado – Jardim Oceânico
As linhas fazem conexão nas estações em negrito.
HISTÓRIA DAS LINHAS FANTASMAS DO METRÔ DO RIO
O metrô da cidade do Rio de Janeiro foi inaugurado em 1979. Na opinião de muitas pessoas, o serviço poderia ser bem melhor, com mais estações, por exemplo. O que pouca gente sabe é que na cidade existem duas estações secretas, que nunca tiveram suas obras concluídas e hoje estão completamente paradas, sem uso.
A mais antiga dessa dupla de estações fantasmas é uma que fica na Carioca. Sim, já existe estação no local, contudo, essa plataforma que hoje em dia está inutilizada, fica 15 metros abaixo da parada atual.

A ideia era que essa estação, atualmente fantasma, recebesse, nos anos 1980 e 1990, passageiros e vagões da Linha 2. Mas, por falta de recurso, a obra parou e assim ficou. Com o tempo, as Linhas 1 e 2 passaram a ter plataformas na única estação do Largo da Carioca que teve uso de fato.
Outra estação também parou no tempo. Em Botafogo, Zona Sul do Rio, próximo ao Shopping Rio Sul, era para estar a Morro de São João. Contudo, foi mais uma plataforma que virou fantasma.

Em 1988, a Promon Engenharia elaborou um estudo para construção da estação São João, permitindo o acesso ao centro comercial Rio Sul. No mesmo ano, a Companhia do Metropolitano fez um Estudo de Viabilidade da Implantação da Estação Morro de São João, com acesso pela rua Álvaro Ramos. Nos anos que seguiram, tanto o Shopping Rio Sul quanto moradores das redondezas batalharam para que a estação passasse a ser utilizada. No ano de 2007, o Estado do Rio de Janeiro renovou a concessão por 30 anos com o Metrô Rio. A concessionária passou a ter a opção de finalizar a Estação Morro de São João, sem obrigação. Dois anos depois, em 2009, um abaixo-assinado solicitando a construção da estação com 20 mil assinaturas foi entregue ao Governo do Estado. A Brascan anuncia que construiria a Estação Morro de São João em seis meses e o escritório de arquitetura de Jaime Lerner desenhou como ficariam as passarelas subterrâneas que ligariam o centro comercial à estação. Todavia, como sabemos, a estação segue fechada, fantasma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://www.sergiocastro.com.br/historias-do-rio/historia-das-linhas-fantasmas-do-metro-do-rio/79191
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