Mosteiro de São Bento – um lugar cheio de história, um local de paz e espiritualidade, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Constitui-se em um dos mais valiosos patrimônios históricos do século XVII originalmente preservados. Além disso, o complexo monástico engloba o Colégio de São Bento, um dos mais tradicionais da cidade e é exclusivamente para meninos; a Faculdade de São Bento, especializada em teologia e filosofia; as Edições Lumen Christi; , a Casa de retiros de Emaús e a Obra Social São Bento. Fundado em 1858, o Colégio São Bento formou muitas personalidades brasileiras, como Pixinguinha, Noel Rosa, Villa-Lobos, Cazuza, entre muitos outros.
Em 1590, monges beneditinos vindos do Mosteiro da Bahia em 1589, vinte e quatro anos depois de fundada a cidade, aceitaram um presente do fidalgo Manuel de Brito. A doação era uma faixa de terra, onde havia a capela a N.S. da Conceição. Os monges viram na região o lugar perfeito para erguer um Mosteiro - com boas condições de defesa oferecidas pelo local, no alto da colina com vista panorâmica da Baía da Guanabara, além do ótimo clima , longe dos pantanais. Foi a segunda Ordem religiosa a estabelecer casa no Rio de Janeiro, sendo os beneditinos antecedidos apenas pelos jesuítas. Enquanto as obras para a construção do Mosteiro não começavam, os monges se abrigavam e faziam as celebrações religiosas na antiga capela de N.S. da Conceição.
Considerando a antiga capela, os monges adotaram a N. S da Conceição como padroeira. No entanto, em 1596, uma decisão da Junta Geral da Congregação Portuguesa ordenou que todos os mosteiros beneditinos no Brasil deveriam ter como patrono São Bento. O mosteiro, que ainda estava sendo projetado, adicionou o nome “São Bento” à sua denominação. Alguns anos mais tarde, em 1602, o então “Mosteiro de São Bento de Nossa Senhora da Conceição” mudou de nome para “Mosteiro de Nossa Senhora de Montserrat”. A ideia foi homenagear a santa de devoção do então governador da Capitania do Rio de Janeiro, dom Francisco de Souza. O mosteiro anexo à igreja foi concluído em 1755, com a construção do claustro. Depois de tudo finalizado, o espaço começou a funcionar para suas devidas finalidades.
A Igreja Abacial é uma das mais belas igrejas do Rio de Janeiro – se não a mais bela – e um dos principais monumentos do barroco luso-brasileiro. A construção da igreja começou em 1633 e durou mais de cem anos, tendo as obras sido concluídas em 1798 – pequenas alterações ocorreram posteriormente. A fachada da igreja é muito simples, contrastando com a riqueza do interior. O trabalho da talha de madeira dourada, folheada a ouro 18k, foi realizado entre 1694 e 1734. À esquerda de quem olha para o altar-mor situa-se a Capela do Santíssimo Sacramento e, em sequência, os altares de São Mauro, Nossa Senhora do Pilar e São Caetano. À direita estão os altares de Nossa Senhora da Conceição, São Lourenço, Santa Gertrudes e São Brás. Junto à porta da entrada estão as “capelas falsas” a Beata Ida de Louvain (à esquerda de quem sai) e de Santa Francisca Romana (no lado oposto). No altar- mor, se encontra as imagens de NS de Montserra ladeada pela imagem de São Bento e santa Escolástica.
Além da imagem de N Sra de Monsserrate, estão entre os tesouros da igreja - a imagem de São Bento do final do século 17, os três portões de ferro fundido, vindos da Inglaterra em 1880;os dois grandes lampadários de prata, que ficam o lado do altar central e pesam 227 kg cada; o órgão da coroa de 1773, as doze imagens da nave central, que representam 4 papas, 4 bispos e 4 reis, santos da Ordem Beneditina. A pia batismal é de pedra sabão do século 18, vinda de Minas Gerais. As torres possuem 12 sinos, sendo que seis deles vieram da Alemanha em 1953. O maior deles, chamado de “Cristo Rei” pesa 5.750 kg.
Aos domingos a missa solene se dá ao som de cantos gregorianos acompanhados do antigo orgão. Para os religiosos, a arte gregoriana é muito mais do que música. - possui as qualidades de algo consagrado e reservado a Deus, que conduzirá até Ele e produzirá nas almas o desejo de se converterem, e de conhecerem e amarem mais a Deus.
REFERÊNCIAS
“O mais belo monumento colonial que o Brasil possui!” Dom Henrique Golland Trindade, OFM 1897-1974 Bispo de Bonfim, depois Arcebispo de Botucatu.
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