
A Casa da Marquesa de Santos é um edifício localizado na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, presente do Imperador D. Pedro I para Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, em 1827, constitui um raro exemplar arquitetônico do século XIX, além de ser uma das primeiras edificações tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, em 1938. O edifício abriga o Museu do Primeiro Reinado. Como se trata de um construção tombada, surgiu nos últimos anos, uma proposta de transformar o antigo palacete em um local de memória. O terreno, anexo à residência, daria lugar ao Museu da Moda Brasileira, o qual está sendo idealizado pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, em parceria com o Instituto Zuzu Angel e com a Fundação Getúlio Vargas.
É um edifício de dois pavimentos em estilo neoclássico com traços do barroco colonial, uma vez que foi uma ampliação de uma construção anterior. Foi erguido próximo do Palácio da Quinta da Boa Vista. Tem um pórtico coroado por frontão clássico centralizado, ladeado por dois volumes laterais idênticos.
O palacete foi habitado pela Marquesa a partir de 1826, mas apenas por poucos anos, até o rompimento de sua ligação com o imperador, o que aconteceu em 1829. Depois dela outros proprietários ocuparam o imóvel, dentre os mais notáveis está Irineu Evangelista de Souza, Visconde de Mauá.
Foi tombado pelo IPHAN em 1938 e transformado em museu na década de 1970, sendo inaugurado em 12 de março de 1979. Seu acervo principal é o próprio edifício e sua decoração interna, ainda preservada em bom estado, mas também possui obras de arte de integrantes da Missão Artística Francesa, como os murais de Marc e Zéphyrin Ferrez e as Alegorias dos Quatro Continentes de Amaral, e peças alusivas ao relacionamento entre a Marquesa e o Imperador, com gravuras e objetos pessoais.
Hoje, o imóvel é de propriedade da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ, e está cedido para as atividades de museu à Secretaria de Estado de Cultura, administrado pela Fundação Anita Matuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ). Fechada ao público externo desde 2012, a Casa da Marquesa de Santos está em processo de restauração. Além dessa obra, está previsto um novo projeto museográfico que contemplará o contexto histórico de construção da casa, a história de seus usos, dos seus moradores e da história da própria Marquesa, caracterizando, assim, um lugar de memória e contemplação.
Durante toda a história, monarquia e relações extraconjugais sempre tiveram um flerte. Um dos casos mais estudados é o de Henrique VIII e suas diversas esposas. Já no Brasil, o caso mais emblemático é de Dom Pedro I e Domitila de Castro Canto e Mello, a Marquesa de Santos. Antes clandestino, o amor dos dois, ao longo do tempo, foi escancarado a todos, inclusive a Maria Leopoldina de Áustria, mulher do imperador.
A Marquesa de Santos foi uma dama que durante algum tempo foi amante de D. Pedro I. A antiga mansão de São Cristovão envolve muitas histórias e era uma casa predestinada à celebridades e escândalos.
Originalmente era uma residência aristocrática, porém menos suntuosa. Como o casarão se localizava no bairro de São Cristovão, junto à Quinta da Boa Vista, onde morava a familia real, D. Pedro I decidiu compra-la para sua amante, a Marquesa de Santos. Após a aquisição, D. Pedro reformou a casa transformando-a em uma mansão neoclássica, com muitos melhoramentos entre eles inúmeros painéis pintados no interior da mesma. O local e tudo que a envolve tem forte relação com a história do 1º Reinado e do Brasil.




O primeiro proprietário foi um certo Dr. Teodoro Ferreira de Aguiar, de quem a casa foi adquirida. Após a reforma, morou a Marquesa de Santos. Após 1829, com a mudança da Marquesa para São Paulo, a casa que havia sido presenteada, foi readquirida por D.Pedro I, pagando à Marquesa um bom valor, e lá morou a filha legítima de D. Pedro I, Maria da Glória, futura Rainha de Portugal. Em 1857 a casa tornou-se propriedade de Irineu Evangelista de Souza, o famoso Barão de Mauá, pioneiro da era industrial e maior empreendedor do Brasil ao seu tempo. Nesta época a casa também passou por reformas.
Por volta de 1900, princípio do século XX, a casa foi comprada pelo médico Abel Parente, e mais uma vez a casa tinha um morador célebre e envolvido no que para a época seria um escândalo. Em 1910 o conceituado médico e membro fundador da Sociedade de Medicina, defendia a tese da possibilidade de escolha pela mulher e pelo casal com relação à esterilidade feminina como método de controle de natalidade. A atitude do médico Abel Parente foi considerada imoral para a época, tendo sido inclusive acusado de desviar a mulher de sua predestinação natural. Em meio à ruidosas polêmicas, assim, o Dr. Parente inaugurou, pelo menos com estrondoso e chocante debate a idéia da mulher ter direito de decisões sobre questões que afetam a saúde e o controle de natalidade.
Por volta de 1955 a casa era ocupada pelo Serviço Nacional de Febre Amarela Nos anos de 1960, depois de 1963 a casa foi ocupada pela Divisão de Patrimônio Histórico e Artísitico do Depto. de Cultura da Secretária de Educação. Atualmente a casa abrigo o Museu do Primeiro Reinado mas está fechado a visitação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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