
A mais antiga instituição científica do Brasil e um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas fica no Rio de Janeiro, mais precisamente na Quinta da Boa Vista. Trata-se do Museu Nacional.
O Museu Nacional é um museu de história natural, criado por d. João VI, rei de Portugal, em 1818. Sua localização inicial era no Campo de Santana, instalado em uma residência que pertencia a João Rodrigues Pereira de Almeida, mais conhecido como Barão de Ubá.
Oficialmente, o Museu Nacional foi fundado em 6 de junho de 1818, quando o rei de Portugal, d. João VI, ordenou a criação do Museu Real, cujo intuito era incentivar estudos científicos no país e o desenvolvimento da arte. Foi uma ação que fez parte de uma série de ações tomadas pelo rei de Portugal para incentivar a arte e as ciências no Brasil.
A relação do Museu Real com a família real ia além do fato de que sua fundação havia sido realizada por d. João. Essa relação também se dava pela casa dos monarcas brasileiros ter sido no mesmo local que sedia o museu. Dom Pedro II, homem estudioso e defensor do conhecimento, contribuiu com diversas peças de arte egípcia, fósseis e exemplares botânicos, entre outros itens, obtidos por ele em suas viagens.
O palácio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no ano 1938. No ano 1946, o Museu passou a ser administrado pela então Universidade do Brasil, atual UFRJ. O museu se estabeleceu como uma referência na preservação da história e na produção de conhecimento científico em nosso país, chegando a ter um acervo com 20 milhões de itens nas áreas como geologia, paleontologia, botânica, zoologia, antropologia, biologia, arqueologia, história, entre outras. Entre os itens que constavam no acervo do Museu Nacional estavam peças únicas de egiptologia; afrescos únicos de Pompeia, cidade romana destruída por uma erupção vulcânica; um fóssil de uma espécie de preguiça gigante; Luzia, o fóssil humano mais antigo da América; e o meteorito Bendegó, de cinco toneladas.






Entretanto, apesar de ser um local de excelência, o Museu Nacional passou a sofrer com o descaso governamental, que levou à deterioração da sua estrutura interna. A instituição completou 200 anos em 2018, mas já naquele momento vivia uma situação delicada, pois sofria com um orçamento reduzido e foi alvo de denúncias na imprensa sobre o risco de perda do patrimônio arquitetônico e de ameaça ao acervo em seu interior.
Para especialistas no campo da preservação da história e cultura do Brasil, a falta de investimentos no Museu Nacional era o roteiro de uma tragédia anunciada, uma vez que o nosso país já havia presenciado incêndios que tinham destruído importantes museus. Esse foi o caso do Liceu de Artes e Ofícios e do Museu da Língua Portuguesa, ambos em São Paulo
Em setembro de 2018, um incêndio foi responsável pela destruição de grande parte do acervo. Um triste episódio para a história do nosso país. O incêndio tomou conta de todos os três andares do edifício, afetando centenas de obras, algumas pioneiras da história do Brasil. Estima-se que mais de 90% do acervo do Museu Nacional tenham sido consumidos pelo fogo.


Até o momento foram recuperados partes do fóssil de Luzia e o meteorito, que permaneceu intacto. Em 17 de janeiro de 2019, o Museu Nacional inaugurou sua primeira exposição após o incêndio. O conteúdo de pesquisa sobre fósseis de animais marinhos elaborado por funcionários da instituição foram expostos no prédio da Casa da Moeda.
Também em 2019 o Museu Nacional teve disponível uma verba de 85,4 milhões de reais para uso nas obras de recuperação do acervo e infraestrutura. Esta verba foi recebida após a repercussão do incidente, que causou grande comoção e debates acalorados em redes sociais em torno da manutenção da instituição histórica. Dos R$ 85,4 milhões de reais destinados ao Museu Nacional, R$ 55 milhões vieram do Orçamento da União para 2019 que foi aprovado pelo Congresso Nacional em 19 de dezembro de 2018. A verba foi indicada por deputados da bancada do Rio de Janeiro e apresentada como emenda impositiva, aprovada pela Comissão Mista de Orçamento.
Em julho de 2020, a Polícia Federal concluiu que o incêndio começou em um aparelho de ar condicionado do museu e descartou conduta criminosa. Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresentaram novos resultados da busca por peças históricas. Em setembro de 2020, foram reveladas mais nove peças resgatadas da coleção de Arqueologia Clássica da instituição. As peças foram recuperadas durante escavações.
A história segue viva. e estima-se que o trabalho de reconstrução do edifício vá até 2025.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Nacional_(Rio_de_Janeiro)
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