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O SAUDOSO TREM DE PRATA



Não faz muito tempo que o Rio de Janeiro teve um trem que ligava a Cidade Maravilhosa até São Paulo. Luxuoso e histórico, o Trem de Prata deixou saudades.

Após mais de quatro décadas operando as viagens de trem entre Rio de Janeiro e São Paulo, no ano de 1991, o trem Santa Cruz fez sua última viagem. Um dos grandes motivos para a pausa dos serviços foram os atrasos e problemas na conservação da via férrea.

Com o fim dos serviços do trem Santa Cruz, passageiros que costumavam fazer a viagem e a Rede Ferroviária Federal sentiram. O percurso Rio-São Paulo era um dos mais procurados à época. Quem também sentiu o baque foram as agências de viagem. Muitas delas tinham os pacotes do Trem de Prata como sua principal fonte de receita. Um ano depois da parada das viagens do trem Santa Cruz, em 1992, a Rede Ferroviária Federal decidiu retomar a operação dos trens que faziam o percurso Rio-São Paulo em parceria com a iniciativa privada. Já em 1993, ficou decido, através do edital de licitação 033/SR-3/93, que a iniciativa privada ficaria responsável pela organização do serviço e venda de passagens, cabendo à Rede Ferroviária Federal a locação de 25 carros Budd e de locomotivas.



Em outubro de 1993, o Consórcio Trem de Prata – composto pelas empresas União Interestadual de Transportes de Luxo, Interférrea Logística e Portobello Hotéis – foi declarado vencedor para administrar o serviço. As viagens foram retomadas, oficialmente, no dia 8 de dezembro de 1994. O Trem de Prata partia do Rio de Janeiro às 23h e que chegava em São Paulo por volta de 8h30.

No início, as passagens para viajar no Trem de Prata custavam R$ 85 (cabine simples) e R$ 120 – cabine dupla. Com o tempo, as tarifas foram reajustadas: cabine simples, com cama de solteiro (R$ 120), cabine dupla, com beliches (R$ 240) e suíte, com cama de casal, banheiro amplo, frigobar e armário – R$ 360 reais.




O Trem de Prata, que muita gente chamava de “trem hotel”, era um serviço de luxuoso. Para se ter ideia, o salário mínimo no Brasil em 1994 (ano que trem começou a funcionar) era R$ 64,79, chegando a R$ 70 no final do ano. Quatro anos depois do início, o consórcio Trem de Prata encerrou os serviços em novembro de 1998. A última viagem partiu da estação Barra Funda (da EFSJ), chegando à estação Barão de Mauá (Leopoldina) na manhã de 30 de novembro.

Os principais motivos para o fim dos serviços foram os atrasos provocados pela má conservação da via (que obrigava o trem circular em baixa velocidade) e a concorrência com a Ponte aérea Rio-São Paulo – que se popularizou nessa época com a queda dos preços das passagens.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


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