Umas das construções mais significativas na praça é o atual Paço Imperial. Funcionou como o Palácio dos Governadores e a Casa da Moeda. Tornou-se também a primeira residência oficial de Dom João VI e sua família (a Família Real Portuguesa) em 1808, por isso era conhecido como Paço Real. Um detalhe interessante: essa foi a primeira construção a utilizar vidro em suas janelas.
Era usado como casa de despachos do Príncipe-Regente (e depois Rei) D. João VI. Nessa época o Paço sofreu obras de adaptação, tendo sido acrescentado um novo andar central à fachada voltada para a Baía da Guanabara. Os interiores foram redecorados e o Paço ganhou uma Sala do Trono, onde ocorria a tradicional cerimônia do Beija-mão. Também se construiu um passadiço ao vizinho Convento do Carmo, onde se instalou a Rainha D. Maria I.
Convento do Carmo
Para a aclamação do rei Dom João VI foi construída a "Varanda", um anexo monumental entre o Paço e o Convento do Carmo, onde se realizou a cerimônia. A mesma Varanda foi utilizada nas coroações de D. Pedro I (1822-1831) e D. Pedro II (1840-1889), sendo demolida ainda durante o Segundo Reinado.
Nesta construção também aconteceram discursos importantes como o Dia do Fico. Neste dia, Dom Pedro (filho de Dom João VI) e primeiro Imperador do Brasil decidiu ficar no Brasil enquanto a Família Real Portuguesa retornava a Portugal. A oficialização da Independência foi assinada ali por Dom Pedro I Foi lá também que a Princesa Isabel assinou a carta de Abolição da Escravatura no Brasil, a Lei Áurea, em 13 de Maio de 1888
Após a Independência do Brasil, o edifício passou a Paço Imperial, sendo chamado também de Paço do Rio de Janeiro, funcionando como despacho e residência eventual para D. Pedro I e depois para D. Pedro II No interior há uma sala, o Pátio dos Arqueiros, que ainda mantém a decoração em estuque original da década de 1840.
Após a Proclamação da República, em 1889, as propriedades da Família Imperial e seus bens foram arrestados e leiloados. O Paço foi transformado em Agência Central dos Correios e Telégrafos. A decoração interna - estuques, pinturas e decoração - foi destruída e dispersa. Houve uma expansão para construção do terceiro andar, que passou a ocupar toda extensão do prédio. O pátio central foi ocupado e a fachada alterada com a introdução de frontões em estilo neocolonial. Em 1938 houve o tombamento do prédio e só em 1982 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional restaurou o Paço à forma que tinha em 1818.
Atualmente o Paço Imperial é um Centro Cultural onde ocorrem mostras dos mais variados tipos (pintura, fotografia, escultura, cinema, música, etc). O Paço dispõe de uma biblioteca de arte e arquitetura (Biblioteca Paulo Santos) e várias lojas (livraria, disqueria, restaurante).
REFERÊNCIAS
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