O Palácio Pedro Ernesto foi inaugurado em 1923 para fazer parte de um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos da cidade do Rio de Janeiro, que fica nos arredores da Praça Floriano Peixoto (Cinelândia) e próximo à antiga Avenida Central, hoje Rio Branco. O prédio hoje é sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro
O projeto do Palácio Pedro Ernesto é do arquiteto Heitor de Mello. No entanto, Heitor morreu antes de os trabalhos começarem a andar de forma mais intensa, então Archimedes Memória e Francisco Couche desenvolveram a ideia.
De um estilo arquitetônico definido como ecletismo, o Palácio Pedro Ernesto foi construído entre 1919 e 1923. A inauguração ocorreu durante a gestão de Carlos Sampaio, prefeito do Rio de Janeiro (que na época era Distrito Federal) entre 1920 e 1923.
O Palácio Pedro Ernesto recebeu o apelido de “Gaiola de Ouro” devido ao altíssimo custo de sua construção: 23 mil contos de réis. Mais de duas vezes o custo da obra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Antes de se instalar definitivamente no Palácio Pedro Ernesto, a Câmara ocupou 14 imóveis diferentes, entre eles a Casa de Câmara de Cadeia no Morro do Castelo (1567-1637), a Casa Térrea ao lado da Igreja de São José (1636-1736), a Cadeia Velha (1736-1787/1792/1808), o Arco do Telles no Largo do Paço (1787-1790), Paço Municipal no Campo de Santana (1825-1874), o Palácio do Campo de Santana (1882-1896) e o Liceu de Artes e Ofícios (1919-1923).
Palco de importantes momentos políticos da vida republicana do país, o prédio tem uma arquitetura ímpar e abriga uma coleção de arte de fazer inveja a muito museu. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Palácio Pedro Ernesto possui um acervo cultural, considerado um dos mais ricos da cidade.
A construção apresenta dois torreões em estilo barroco, em cuja base ficam dois relógios – um, à esquerda, para marcar as horas, e outro, à direita, para os dias do mês. Também fazem parte do conjunto arquitetônico duas colunas postadas à frente do prédio, sobre as quais figuras humanas representam a paz e o trabalho. Bem na entrada o visitante se depara com uma dupla de guardiães de grande importância simbólica para o carioca, instalados em nichos: estátuas de São Jorge e de São Sebastião, esculpidas em mármore por Tito Enrico Bernucci.
No segundo pavimento, painéis de Carlos Oswald retratam atividades cotidianas da vida na época, incluindo uma audição de cravo, a dança do minueto e crianças que brincam de cabra-cega. No salão nobre, há mobiliário em estilo Luís XV e espelhos de cristal belga. Nesse mesmo andar fica a varanda que compõe a parte aberta do Palácio. Na andar superior, um painel em alto-relevo de Corrêa Lima representa a pesca, os meios de transporte e as atividades que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.
Mas a grande atração é o plenário, que mais recentemente recebeu iluminação assinada por Peter Gasper. Num grande mural de Rodolfo Amoedo está representada uma fantasia sobre a fundação da cidade, com uma curiosidade: o pintor se incluiu na cena, inserindo o próprio perfil engravatado num cantinho ao lado direito da tela. Na parede dos fundos fica o quadro de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo que retrata o suplício de Tiradentes. O grande vitral circular dos irmãos Chambelland serve de cúpula ao espaço, numa alegoria à bandeira nacional e à república.
Ponto de encontro de várias gerações em prol da democracia no Rio de Janeiro, foi para o Palácio Pedro Ernesto que se dirigiram as pessoas quando o Brasil declarou sua participação na Segunda Guerra Mundial. Da mesma forma, o hall do palácio se transformou em câmara mortuária para Edson Luís de Lima Souto, estudante morto pela polícia durante confrontos no auge da ditadura militar. O evento, ocorrido em 1968, foi considerado uma das mais significativas manifestações populares contra o regime e culminou com a Passeata dos Cem Mil, que contou com a participação de artistas, intelectuais e outros setores da sociedade brasileira
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