O nome de Carequinha era George Savalla. Natural da cidade de Rio Bonito, no Rio de Janeiro, nasceu em 18 de julho de 1915 e morava em São Gonçalo, também no estado do Rio. Ele iniciou sua carreira com cinco anos de idade. Família circense - seus pais eram os trapezistas Elisa Savalla, pertencente à segunda geração da família Savalla, de origem peruana e Lázaro Gomes (George literalmente nasceu no Circo, pois sua mãe grávida estava fazendo performance de trapézio quando entrou em trabalho de parto em pleno picadeiro). Atuou em diversos circos nacionais e internacionais. Aos 12 anos era o palhaço oficial do Circo Ocidental, pertencente ao seu padrasto.
Em 1938 estreou como cantor na Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, no programa Picolino. Na TV Tupi do Rio, comandou por 16 anos o "Circo Bombril", que passou a se chamar "Circo do Carequinha". Mas não ficava só no Rio. Fez programas na TV Piratini, de Porto Alegre, que ligava com várias apresentações ao vivo, por cidades do interior do Rio Grande do Sul, indo a Caxias, São Leopoldo, Uruguaiana e até Riviera, no Uruguai. Na capital gaúcha aparecia também na TV Gaúcha. E apareceu ainda na Festa da Uva, em 1972, programa em cores. Seu circo também fez a mesma coisa no estado do Paraná.
Na década de 80, foi para a TV Manchete, onde a assessora de seu programa era Marlene Mattos, que também já assessorava Xuxa, no mesmo canal. Carequinha inventou brincadeiras com as crianças, que iam todas aos seus programas, e lá brincavam de corrida de saco, corrida com a maçã, etc. Como era cantor, gravou muitas musiquinhas infantis. Gravou 26 discos, fez diversos filmes, e teve sua marca impressa em inúmeros produtos infantis. As músicas que mais se destacaram foram: "Sapo Cururu", "Marcha Soldado", "Escravos de Jó" e principalmente "O Bom Menino". Este era um incentivo ao bom comportamento infantil, pois dizia: "O bom menino não faz xixi na cama / O bom menino não faz mal criação / O bom menino respeita os mais velhos / O bom menino não bate na irmãzinha / Papai do Céu protege o bom menino / Que obedece sempre, sempre a mamãezinha". E assim por diante.
Carequinha foi recebido por Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, todos os presidentes militares e até por Fernando Henrique Cardoso. Seu último trabalho foi uma participação no seriado "Hoje é Dia de Maria", em 2005, na Rede Globo de Televisão. Aos noventa anos, em 5 de abril de 2006, morreu em sua casa em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Durante a madrugada, ele queixou-se de falta de ar e dores no peito, e morreu antes de receber atendimento médico. Foi sepultado no dia seguinte, no cemitério de São Miguel, na mesma cidade. Foi enterrado com seu terno colorido, com o qual sempre se apresentava em seus espetáculos. pois segundo ele próprio, queria ir assim, para alegrar os mortos. O local tem grande valor simbólico, pois neste cemitério estão a maior parte das 503 vítimas da tragédia do Gran Circus Norte-Americano. Ele é considerado por todos como patrimônio da cultura brasileira. É figura inesquecível de todos aqueles que o viram um dia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Quando estava sendo construída a nova Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Sampaio,década 1960; eu fui ao Show do Palhaço Carequinha em meio as obras! Que alegria! Provavelmente foi beneficiente...em 65... 66, eu deveia ter entre 5... 6 anos para ter nítido na memória. Obrigada por trazer lindamente essa memória afetiva.