Parque que fica situado na Lagoa, um dos bairros de maior valorização imobiliária do Rio de Janeiro, foi um dia uma favela.
Segundo arquivos da Biblioteca do Serviço Social do Município do Rio de Janeiro, o terreno onde existia a avela da Catacumba foi ocupado por uma chácara durante todo século XIX. Sua antiga proprietária, a Baronesa da Lagoa Rodrigo de Freitas, transferiu a posse das terras para seus escravos.
O nome Catacumba tem origem em tempos ainda mais remotos. Segundo os antigos moradores da favela, o local foi usado pelos índios como cemitério. No entanto, nunca houve confirmação sobre possíveis esqueletos encontrados na região.
Por volta de 1925, o Estado dividiu a Chácara das Catacumbas em 32 lotes. Os primeiros barracos da futura favela começaram a ser erguidos ainda nos anos 30. Mas a explosão demográfica só aconteceu mesmo na década de 40, com a chegada de uma leva de migrantes vindos, principalmente, do estado do Maranhão. A maioria dos moradores eram trabalhadores com emprego nos bairros da Zona Sul.
No dia 2 de agosto de 1967, cerca de mil pessoas assistiram, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, ao incêndio que destruiu mais de cem barracos na Favela da Catacumba, provocando pânico entre os moradores e desabrigando centenas de pessoas. Bombeiros de três quartéis e até soldados do Exército foram acionados para conter o estrago que teria sido causado após uma discussão entre vizinhas. O balanço feito pela Secretaria de Serviços Sociais, porém, apontou 277 pessoas prejudicadas e 120 barracos destruídos. Sete pessoas ficaram feridas, sem gravidade.
Na época, o governador do Estado da Guanabara, Negrão de Lima, deu aos desabrigados três alternativas: os que tivessem melhores condições financeiras poderiam financiar um imóvel num dos conjuntos habitacionais na Cidade de Deus, na distante Zona Oeste. Como segunda alternativa, foram oferecidas casas pertencentes ao estado, localizadas em Vila Paciência, em Campo Grande, também na Zona Oeste, para alugar. Por fim, o estado disponibilizou auxílio para a construção de casas de alvenaria no mesmo local, após aprovação do Instituto de Geotécnica e com a assistência de engenheiros na obra, além de alguns utensílios domésticos. 36 das 70 famílias que haviam perdido tudo no incêndio decidiram ficar.
Assim, não foi surpresa quando, em meados de 1969, a Catacumba passou a fazer parte de um "plano de desfavelização". A Favela da Catacumba foi removida em 1970 pelo antigo governador da Guanabara, Negrão de Lima. A Catacumba era uma favela sem nenhum modo de ser urbanizada e num local de alto risco de desabamentos. Junto com as outras favelas do entorno da Lagoa (da Praia do Pinto, da Macedo Sobrinho e da Ilha das Dragas, todas extintas), a Catacumba contribuía com o esgoto in natura que era despejado direto na Lagoa Rodrigo de Freitas. A comunidade tinha 2.320 barracos (a maioria de madeira) e cerca de 15 mil habitantes. Não existia serviço de água potável na comunidade. Para 89% dos moradores, o dia começava cedo nas 15 bicas públicas que existiam já perto do asfalto.
A maioria das famílias da Catacumba foi transferida para Cidade de Deus, Vila Aliança e Nova Holanda, que se tornaram novas favelas com o passar do tempo. Após ser reflorestada e passar por um trabalho de paisagismo, a área desocupada foi transformada no Parque da Catacumba.
Em Janeiro de 2008, a SMAC e a SETUR (Secretaria Especial de Turismo) iniciaram um projeto inovador de abertura dos Parques Municipais para atividades de Ecoturismo e Turismo de Aventura. O modelo foi baseado no Parque Nacional do Foz do Iguaçu, que até o momento era a única unidade de conservação no Brasil a ter um concessionário com contrato para explorar atividades de Turismo e Aventura.
O projeto desenvolvido em conjunto pelas secretarias teve como objetivo, instalar equipamentos para prática de turismo de aventura no parque, e concessionar para uma operadora especializada nas atividades.
O Parque da Catacumba passa a figurar no cenário nacional, não só pelas belas esculturas e vistas que tem, mas também pelo modelo de gestão inovador. O Rio de Janeiro também dá um grande salto em busca da profissionalização do turismo de Aventura e da consolidação do Rio como destino de Ecoturismo.
Devido às diversas alterações ocorridas no Parque e região do entorno, a fauna do Parque Municipal da Catacumba é composta por espécies tipicamente adaptadas às áreas urbanas e aos ambientes alterados. São espécies comuns da avifauna, dos répteis, dos anfíbios e dos mamíferos.
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