O primeiro documento que comprova a manufatura de tecidos no Brasil é a carta de Pero Vaz de Caminha, onde há referência a “uma mulher moça com um menino ou menina ao colo, atado com um pano não sei de quê aos peitos”, mais adiante também é citado que “as casas tinham dentro muitos esteios e de esteio a esteio uma rede, atada pelos cabos em cada esteio” O algodão já era tecido pelos índios antes da chegada dos portugueses.
No início do período colonial brasileiro havia uma rentável cultura algodoeira no norte e nordeste do país, e diversas manufaturas têxteis que iniciavam um processo de industrialização. Porém, a industrialização não era de interesse dos portugueses, que controlavam totalmente o mercado brasileiro. Então, em 1785 as manufaturas têxteis foram interrompidas pelo alvará da Rainha Maria I, em que proibia o desvio de mão de obra da agricultura e da exploração mineira, já que a riqueza da colônia vinha de produtos do solo e não de produtos artesanais ou industriais
Com a transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, o alvará foi revogado e os portos abertos para o comércio entre países. Esta medida atraiu muitos comerciantes e estabelecimentos, o que favoreceu a estrutura comercial brasileira. Porém, o Tratado de cooperação e amizade assinado em 1810 entre Portugal e Inglaterra favoreceu a importação de produtos ingleses com taxas tarifárias a 15%, o que dificultou a competição dos produtos nacionais no mercado e enfraqueceu industrialização no Brasil neste momento.
Apenas em 1844, devido a um grande déficit, foi instalada a tarifa Alvez Branco, que estabelecia que cerca de três mil artigos importados passassem a pagar taxas que variavam entre 20% a 60%. Isso causou muita revolta entre as nações e comerciantes importadores, porém a medida acabou por favorecer indiretamente o crescimento de novas atividades econômicas nacionais e a competitividade do mercado interno, incluindo a indústria têxtil. A suspensão das tarifas alfandegárias sobre a importação de maquinário serviu de estímulo para a criação de tecelagens e fiação de algodão
A cultura do café constituiu, no período da República Velha, sobretudo na fase conhecida como “república dos oligarcas” (1894-1930), o principal motor da economia brasileira. Esse produto liderava a exportação na época, seguido da borracha, do açúcar e outros insumos. Da economia cafeeira, resultam três processos que se complementam: a imigração intensiva de estrangeiros para o Brasil, a urbanização e a industrialização.
Por volta de 1880, já existia a presença de várias fábricas no Brasil, mas sem uma estrutura realmente significativa. Contudo, por volta das décadas de 1910 e 1920, as atividades industriais já eram bastante expressivas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Por meio da intensa exportação de café e importação de outros produtos necessários ao mercado interno brasileiro, várias estruturas de maquinário fabril também aportavam em terras brasileiras, já que muitos produtores de café também passaram a investir nas fábricas.
Nos centros urbanos, além da proliferação de fábricas e trabalhadores assalariados, formou-se também nesse período as primeiras organizações de trabalhadores com fins de protesto por melhores condições de trabalho, dentre outras exigências. O anarco-sindicalismo se tornou notório entre os trabalhadores brasileiros na década de 1920, influenciados pelas ideias dos anarquistas italianos da mesma época, que aqui chegavam por meio dos imigrantes italianos com experiência no trabalho fabril.
Para o incipiente capitalismo brasileiro que se industrializava, o setor têxtil carioca era símbolo de poder para seus proprietários. Posteriormente, com o mercado fechado para importação, sucumbiram com o custo e com a legislação trabalhista que avançava e impunha regras cada vez mais engessadas. Assim, as fábricas foram se endividando, ficando obsoletas em tecnologias e se inviabilizando. Assim, todas, sem exceção, fecharam suas portas no Estado do Rio.
FABRICA BANGU
São muitos os bairros, cidades, estados e até países que desenvolveram em torno de alguma atividade industrial. Histórias espalhadas pelo mundo. O Brasil tem algumas. Uma delas se passou no bairro de Bangu, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, que cresceu em torno de uma fábrica de tecidos.
Com o nome Companhia Progresso Industrial do Brasil, a fábrica foi fundada no dia 6 de fevereiro de 1889. O idealizador foi comendador Manuel Antônio da Costa Pereira, xará de Manuel de Barcelos Domingues, considerado o fundador do bairro de Bangu, quando ainda era uma grande fazenda, no ano 1673.
Quando a fábrica começou a funcionar, Bangu passou a se desenvolver. A região, que antes era rural, se tornou um típico bairro urbano. Nesta época, foram construídas a Estação Ferroviária de Bangu (1890), o ramal ferroviário de Santa Cruz (1892), a Paróquia de São Sebastião e Santa Cecília (1908), entre outras obras que mexeram com a estrutura física e social do bairro.
O Bairro Bangu cresceu com todas as características de um bairro proletário, onde os primeiros patrões foram os ingleses, sendo um bairro planejado para funcionar atendendo à Fábrica de Tecidos Bangu. Todo este crescimento ocasionou em uma boa qualidade de vida. A fábrica financiava casas para todos os seus empregados. Essas casas eram construídas com materiais que vinham da Europa.
O esporte também entrou nessa linha de montagem. Em 1904, um grupo de operários ingleses e brasileiros, que trabalhavam no bairro, fundou o Bangu Athletic Club, tradicional time do futebol brasileiro. Em 1905, surgiu outro time de futebol no bairro. O Esperança Football Club, também fundando por operários, disputou o Campeonato Carioca de Futebol de 1924.
Escolas, hospitais e o comércio, em geral, também cresceram muito em Bangu após a fundação da Fábrica de Tecidos. A Fábrica encerrou suas atividades em Bangu no ano 2005.
Após o término das atividades da fábrica, no espaço onde a mesma funcionava, foi construído um shopping. O Bangu Shopping, que ficou pronto em 2007, mantem as características arquitetônicas originais da Companhia Progresso Industrial do Brasil, fundada no século XIX, a famosa Fábrica de Tecidos de Bangu.
FABRICA ALIANÇA
Conhecido, atualmente, por atrair intelectuais e boêmios, o bairro de Laranjeiras também é lembrado por seus elegantes edifícios antigos, como o Palácio Laranjeiras, residência do governador que abriga o Parque Guinle. Mas um imponente símbolo da localidade, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do XX, deixou poucas marcas físicas.
Embora situado entre o centro da cidade e a zona sul, mas por causa das montanhas que cercam a sua área, o bairro de Laranjeiras era protegido do tráfego de passagem que se fazia entre as duas partes. Essa peculiaridade, que lhe garantia ter apenas o pequeno tráfego interno, começou a ser alterada com a abertura do primeiro túnel da cidade, em 1887, no alto da rua Alice e com o aumento do fluxo após a realização do corte do Morro Novo Mundo, ligando a rua Pinheiro Machado à rua Farani.
Em 1872, na área da atual rua General Glicério e adjacências, os Srs. Francisco de Sá Nogueira, José Duarte da Fonseca Silva e Miguel Couto dos Santos, instalaram uma lavanderia de grande porte: a "Companhia Econômica de Lavanderia a Vapor". Oito anos depois, a firma foi vendida, mudando de ramo, e de donos. Passa a ser uma indústria de fiação, tecidos e tinturaria chamada "Alliança". Seus proprietários eram os portugueses José Augusto Laranja, Joaquim Carvalho de Oliveira e Silva e o inglês Henrique Whittaker, que, a seguir, retirou-se da empresa. Assim começou a "Fábrica Alliança", que veio a ser uma das mais importantes do ramo têxtil, no Rio de Janeiro.
A Fábrica de Tecidos Aliança, criada em 1880, interferiu na configuração do bairro e escancarou contradições sociais. Onde estava assentada a fábrica, era um bairro aristocrático onde conviviam palacetes, e a partir da segunda metade do século XIX, também o comércio e a indústria. Além de “popularizar” o bairro, a companhia têxtil também tornou vizinha dos burgueses, as precárias condições de vida e trabalho da classe operária.
A partir da instalação da "Fábrica Alliança" apareceram no bairro casas, pequenas, de porta-e-janela, e as vilas que se espalharam, além de construções da própria fábrica. Por conta de um maior número de habitantes, os operários portugueses, italianos e brasileiros, o comércio ali cresceu e se diversificou. Mas foi a "Fábrica Alliança" quem atraiu para o bairro muitos operários para nela trabalharem. As fábricas "Alliança", em Laranjeiras, as "Companhias Carioca" e "Corcovado", no Jardim Botânico, a fábrica "São Félix", na Gávea, e pequenas fábricas de produção diversificada, principalmente em Botafogo, atuaram como imãs de povoamento desses bairros onde estavam instaladas, ampliando-os além da elite que ali residia.
As indústrias levaram à formação, nas suas proximidades, de núcleos de população operária, que habitavam vilas construídas pelas próprias empresas, ou cortiços, geralmente improvisados como segunda fonte de renda pelos imigrantes, no mais das vezes portugueses, donos de armazéns. Vieram também outros trabalhadores, em busca de habitações modestas, cujo aluguel era baixo, e o encontravam nas vilas e cortiços ali existentes. Foram esses pobres que enriqueceram estes bairros com novas expressões culturais, populares, trazendo uma vida social mais coletiva.
Entre o final do século XIX e o início do XX, a então capital federal era o maior centro manufatureiro do país, tendo como principal setor a indústria têxtil. Segundo o censo de 1920, por exemplo, as 73 tecelagens cariocas empregavam 20.054 trabalhadores, sendo 11.779 homens e 8.275 mulheres. Bairros como Jardim Botânico, Gávea, Vila Isabel e Bangu constituíram-se, naquele período, como importante núcleos fabris.
A tecelagem contava com dois mil operários, entre homens, mulheres e crianças, que enfrentavam extenuantes jornadas de trabalho. Em seus poucos momentos de lazer, os/as operários/as saíam da fábrica e se dirigiam para “os cinemas, o theatro, as salas das sociedades recreativas, os salões de musica…” que a companhia oferecia.
Mas tal estrutura de entretenimento, que visava à disciplinarização dos/as trabalhadores/as, não atrofiava a mobilização operária, que tomava as ruas de Laranjeiras em momentos de luta, como greves, protestos, manifestações de solidariedade e em participações em meetings e comícios.
A Rua das Laranjeiras, a Rua Aliança e a Rua Cardoso Júnior foram espaços constantes de mobilização no bairro. Circula na memória local que o pai do compositor Cartola trabalhou na Fábrica Aliança e que a família residia nas encostas de Laranjeiras antes de se mudar para a Mangueira. Também está presente na lembrança a centenária tradição carnavalesca do bairro, pois desde as primeiras décadas do século XX já contava com dois ranchos carnavalescos criados pelos operários da fábrica,
Na década de 1930, a zona sul do Rio de Janeiro estava deixando de ser uma região fabril. Após enfrentar períodos de crise, a fábrica foi vendida, em 1935, para o empresário pernambucano Severino Pereira da Silva, que encerrou as atividades da empresa em 1937. Pereira da Silva aproveitou o maquinário da Aliança em outros empreendimentos de tecelagem menores. No lugar da fábrica iniciou um empreendimento imobiliário chamado Cidade-Jardim Laranjeiras, inaugurado nos anos 1940. Do antigo complexo fabril restam apenas algumas casas da antiga vila operária, na Rua Cardoso Júnior. O fechamento da tecelagem, além de ter acarretado uma considerável queda na economia do bairro na década de 1930, também gerou consequências para a vida de seus operários, pois muitos tiveram que sair a contragosto das Laranjeiras.
FABRICA NOVA AMÉRICA
A história do prédio do Shopping Nova América começa em 1925, quando foi inaugurada a Companhia de Tecidos Nova América. Na época, a economia do Rio de Janeiro se diversificava. Após a chegada dos bondes - que representavam a modernidade no período -, a Nova América Tecidos cresceu e se transformou numa das maiores fábricas do país.
Em 1991, as instalações da Companhia de Tecidos Nova América foram desativadas e a fábrica, transferida para a unidade de Fonte Limpa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. onde trabalhou o seu mais ilustre operário: Mané Garrincha. Quatro anos depois, nascia o Shopping Nova América com o objetivo de preservar a arquitetura original do prédio, erguido com tijolinhos, ao melhor estilo inglês do início do século XX.
Em 2002, Shopping expandiu e tornou-se um centro integrado de lazer, serviços, negócios, educação e compras, oferecendo ao visitante uma grande variedade de opções, em um só lugar. Hoje, além das lojas, o visitante encontra lojas-âncora de peso, um campus universitário, a Rua do Rio e o Centro Empresarial com 154 salas. O shopping cresceu e mais ainda preserva com orgulho, o patrimônio histórico da cidade. E o nome, Nova América, permanece na memória de seus moradores, como símbolo de um tempo de grandes transformações e prosperidade
Em 2012, o empreendimento passou por sua terceira expansão e chegou a 122 mil metros quadrados de área construída. No ano seguinte, novos estabelecimentos foram abertos no local. Orçado em aproximadamente R$ 250 milhões, o projeto fez o shopping dobrar de tamanho e o transformou no maior centro comercial multiuso do Estado do Rio, com cerca de 300 lojas, 6 mil funcionários, três torres de escritórios, três lajes corporativas (com 22.500 metros quadrados de área para abrigar até 25 grandes empresas), dois hotéis (com um total de 426 suítes) e 4 mil vagas de estacionamento, sendo metade delas cobertas.
Em 2015, um incêndio de grandes proporções atingiu o Nova América. O Shopping estava fechado na hora do incêndio, já que era recesso de carnaval. Ninguém ficou ferido e os danos materiais foram reparados.
Atualmente, o Nova América recebe, em média, 70 mil pessoas por dia. Pessoas que convivem com o passado, o presente e o futuro dentro do Shopping.
FABRICA CONFIANÇA
A Companhia de Fiação e Tecidos Confiança Industrial foi fundada em assembléia no dia 22 de abril de l885, embora estivesse funcionando desde 1878, tendo como incorporadores Manoel Salgado Zenha e Francisco Tavares Bastos.
Em 1885, a fábrica funcionava com 400 teares; em 1894 foi acrescentada uma quantidade considerável de novos teares; em l905, a Fábrica Confiança tornou-se a primeira do Brasil a trabalhar com l.600 teares.
Era uma fábrica invejável, completa, ocupando grande área na Rua Maxwell. Foram construídas moradias para diretores e operários. Oferecia escola e garantia de emprego aos estudantes, no término dos cursos.
Durante muitos anos, a fábrica foi movida por caldeiras abastecidas pelas águas do Rio Joana. Essas águas eram coletadas em um açude construído onde é, hoje, a Rua Artidoro da Costa. Em 1894, como a fábrica aumentava sua capacidade de produção, foi construído novo açude, maior do que o anterior, no local onde é hoje a Rua Piza e Almeida.
A fábrica construiu duas chaminés. A primeira em 1878 que, infelizmente, rachou tendo que ser demolida. Era bonita, com sua forma quadrada e admirada por todos. A segunda não foi menos apreciada. Construída em 1894, com sua forma arredondada, permanece até hoje como monumento histórico do bairro. Com o correr dos anos, a fábrica foi se modernizando, passando a trabalhar com energia elétrica.
No período 1927/1929, em consequência da recessão na Bolsa de Nova York, as vendas caíram, muitos operários foram demitidos e foi decretada a sua falência. Em 1933, a família Menezes passou a dirigir a Fábrica, por tê-la adquirido. Retomou suas atividades, tornando-a uma das mais importantes do país.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Fábrica Confiança foi uma das fornecedoras de tecidos para a confecção dos uniformes das Forças Armadas do Brasil. Nessa época, seus lucros eram fartos e até divididos entre empresa e empregados. A guerra acabou, o faturamento da empresa voltou ao normal e estável. Entretanto, Joaquim Lacerda de Menezes, diretor-presidente da fábrica, faleceu. Novo período de decadência surgiu. A apreensão entre operários e patrões era grande.
Em 1964, o grupo paulista J.J.Abdala comprou a Fábrica, porém não conseguiu reerguê-la. Com tristeza, operários, diretores e moradores viram a Fábrica Confiança cerrar suas portas, definitivamente.
Aquele patrimônio, que abrigou tanta gente, durou apenas 85 anos, deixando em Vila Isabel uma enorme saudade.
Em virtude da criação da fábrica, existem ainda hoje dezenas de casas que formam a vila operária em volta desta, que participaram ativamente do desenvolvimento local. A fábrica e o casario em frente e no entorno da mesma fazem parte da área de proteção do ambiente cultural, desde 1993, através da lei nº 2.038, de 19 de novembro.
O compositor Noel Rosa deu grande destaque em suas músicas aos três apitos que tocavam na fábrica (“Quando o apito da fábrica de tecidos, vem ferir os meus ouvidos, eu me lembro de você ...”). Uma das maiores inspirações de Noel eram as mulheres e com esta canção não foi diferente. Noel Rosa tinha um relacionamento com Clara, vizinha e conhecida da família. A moça era operária da fábrica, e seu grande admirador era atraído pelos apitos que indicavam o término do expediente de trabalho. Exibido como sempre foi, Noel passava em seu carro fazendo questão que sua presença fosse notada. Porém há controvérsias sobre a musa inspiradora da música. Existem relatos que mostram que a música não foi dedicada a Clara, mas sim à Josefina que trabalhava numa fábrica de botões localizada no Andaraí, e era um caso a parte ao seu namoro. Porém não existem comprovações referentes à verdadeira homenageada pelo poeta, pois até o próprio não deixou claro sua intenção em 1936 quando disse que “outra operária de fábrica, se encaixaria nessa canção”.
Atualmente, nas instalações da antiga Fábrica Confiança, funciona o Hipermercado Extra-Boulevard. A fábrica também mantinha o clube Confiança Atlético Clube que disputou o campeonato carioca na época do amadorismo, e no profissionalismo, a Terceira Divisão em 1990 e a Segunda em 1991, sendo em seguida extinto. A sede e a praça de esportes, localizadas à rua Silva Teles, foram cedidas à escola-de-samba Acadêmicos do Salgueiro. As casas, que serviram de moradias para os operários e diretores, permanecem como na época de suas construções, formando hoje a "Vila Operária Confiança".
Música: Três Apitos
Composição: Noel Rosa
Quando o apito Da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você.
Mas você anda
Sem dúvida, bem zangada
E está interessada
Em fingir que não me vê.
Você que atende ao apito
De uma chaminé de barro
Por que não atende ao grito
Tão aflito,
Da buzina do meu carro.
Você no inverno
Sem meias vai pro trabalho,
Não faz fé com agasalho,
Nem no frio você crê.
Mas você é mesmo
Artigo que não se imita,
Quando a fábrica apita
Faz reclame de você.
Nos meus olhos você lê
Que eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente
Impertinente
Que dá ordens a você.
Sou do sereno
Poeta muito soturno,
Vou virar guarda noturno
E você sabe por quê
Mas você não sabe
Que, enquanto você pano
Faço junto do piano
Estes versos pra você
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fujita,Renata Mayumi Lopes . Jorente, Maria José A Indústria Têxtil no Brasil: uma perspectiva histórica e cultural Revista ModaPalavra e-Periódico vol.8, n.15, jan./jul.2015
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/republica-cafe-industrializacao.htm
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