Durante um bom tempo, a rodoviária municipal do Rio de Janeiro era o Terminal Mariano Procópio, na Praça Mauá. Era um terminal muito pequeno para a imensa quantidade de linhas municipais, intermunicipais e interestaduais na Cidade Maravilhosa. Eram outros tempos, o aumento de empresas e linhas de ônibus era fato recente e não havia muito tempo em que as linhas de coletivos cariocas se dividiam em trolebuses, ônibus e lotações. Com todo o planejamento de reformas no transporte coletivo de Carlos Lacerda, várias idéias foram lançadas, como a construção de novas vias (como o Túnel Santa Bárbara e o viaduto 31 de Março, que juntos ligam a Zona Portuária a Botafogo, com acessos a Catumbi, Av. Pres. Vargas, Central e Laranjeiras) e a criação de novas empresas de ônibus e a reestruturação das linhas (que incluiu uma mudança de seus códigos). Já se pensava na implantação do metrô nessa época e na construção de um novo terminal de ônibus estaduais e interestaduais. Aos poucos, mudanças ocorreram. O metrô levou mais de quinze anos para ser inaugurado (e isso custou a demolição do histórico Palácio Monroe, antiga sede do Senado Federal, que até agora indigna muitos amantes do patrimônio histórico), as linhas de ônibus aumentaram o percurso (a Candelária deixou de ser destino final de muitas linhas, repassadas para terminais no Centro, e a Praça da Bandeira só virou ponto final de apenas uma linha, a 624 Praça da Bandeira / Mariópolis) e o excedente de empresas cariocas terminou com a absorção de empresas nanicas (como Francisco Sá, Tarumã, Lins, Méier e Caju) pelas empresas de porte médio. A Rodoviária Novo Rio é um dos frutos desse debate durante o governo Lacerda. Mas não foi ele quem implantou. Quando a Novo Rio foi inaugurada, em 1965, Lacerda havia perdido seus direitos políticos. A construção, na época, foi criticada por algumas pessoas que não acreditavam que fosse dar certo. Entretanto, Lacerda provou que estava certo e fez um espaço para a chegada e partida de pessoas em um ponto estratégico da cidade, perto do porto, da posterior ponte Rio-Niterói, construída nos anos 1970.
Na década seguinte, nos anos 1970, aconteceu a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio. Esse casamento gerou um cenário de intenso crescimento urbano. Então foi criada a CODERTE – Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro – estatal de economia mista, vinculada à Secretaria Estadual de Transportes que passou a administrar o terminal Novo Rio. A partir de 1990, o Estado concede à iniciativa privada a administração e operação de terminais rodoviários. Em 30 de agosto, o Consórcio Novo Rio iniciou as atividades.
A rodoviária foi revitalizada em 2009. Atualmente, a Novo Rio é o 2º maior terminal rodoviário da América do Sul em movimentação de passageiros. O terminal ocupa, hoje, uma área de cerca de 28 mil m² (considerando o edifício garagem) e conta com 1.300 colaboradores trabalhando nas diversas frentes de serviços em atendimento ao usuário, sendo 310 atuando nas áreas operacional, administrativa e de segurança. Pela rodoviária circulam em dias normais cerca de 50 mil pessoas e, em épocas de feriados e datas comemorativas, esse número pode chegar até 80 mil/dia. No terminal operam 42 empresas de ônibus, com 51 bilheterias de vendas de passagens, 219 linhas (Sendo 48 linhas intermunicipais; 165 linhas interestaduais e 6 linhas internacionais) para quatro países. Recebe, por mês, 1.100.000 (um milhão e cem mil) passageiros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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