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Foto do escritordanielericco

SÃO JORGE E SEUS TEMPLOS NO RIO DE JANEIRO

Atualizado: 7 de mai. de 2023

Igreja de São Gonçalo Garcia e São Jorge, Campo de Santana, 1817. Thomas Ender, Biblioteca Nacional


A cidade do Rio de Janeiro conta com quinze capelas ou igrejas dedicadas ao santo guerreiro, distribuídas pelo Centro, subúrbios e zona oeste, mas a única paróquia consagrada a São Jorge, que os fiéis chamam de “verdadeira igreja do santo”, está localizada à Rua Clarimundo de Melo, 769, em Quintino, subúrbio da Central. O tradicional templo conhecido como “igreja de São Jorge”, localizado no Campo de Santana, Centro do Rio, conta com uma história singular, pois fundado em 1758, originalmente foi dedicado a São Gonçalo Garcia.


Igreja de São Gonçalo e São Jorge


São Jorge contava com sua própria igreja, localizada nas imediações da Praça Tiradentes, desde 1741. Um século depois, a Irmandade responsável pelo edifício e suas celebrações passava por dificuldades financeiras inclusive para manutenção do templo, que se encontrava quase em ruínas. Aguardando verba para as obras, foram acolhidos pela Irmandade de São Gonçalo, cuja igreja existia à Rua da Alfândega. A recuperação nunca aconteceu, o antigo templo foi demolido em 1855 e as duas Irmandades se fundiram, criando a Venerável Confraria dos Gloriosos Mártires São Gonçalo Garcia e São Jorge. Para abrigar em caráter definitivo a imagem do santo turco, foi construída uma pequena capela, à esquerda da nave principal, voltada para o Campo de Santana, em cujo altar mor São Jorge Vitorioso se destaca, montado em um cavalo, ostentando seu escudo e armas, em um nicho arrematado por arcos concêntricos.

Ali, junto ao parque, muito próximo à estação da Central, na Avenida Presidente Vargas, ocorrem as múltiplas festividades a cada abril, um diálogo de diversidades, de congraçamento de crenças, ao som de música sacra e atabaques nas ruas, após a queima de fogos na alvorada e a salva de tiros saudando o Santo Guerreiro.


Igreja de Quintino


Simultaneamente, as festas também acontecem no bairro de Quintino, onde os moradores relatam que a devoção precede à criação da paróquia, que ocorreu em janeiro de 1945, manifesta em reuniões promovidas na varanda de uma das casas, ao cair da tarde, para rezar o terço na hora do angelus. Esta prática sensibilizou um morador que, no retorno de uma viagem à Portugal, sua terra natal, trouxe uma pequena imagem do santo para presentear aquela confraria. Em muitas fachadas residenciais ainda é possível observar painéis de azulejos, estampados nos frontispícios, com São Jorge combatendo o dragão, talvez sua mais famosa representação.

Passados alguns anos, adquiriram um terreno em aclive, onde foi implantada uma modesta capela para abrigar aquela imagem lusa, que logo tornou-se pequena diante do número crescente de devotos. Era urgente e necessário ampliar o templo e sucessivas obras foram realizadas durante seis décadas, a partir de 1955, conferindo a aparência atual, com o acréscimo de um torreão central, inaugurado em março de 2015.

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